Apneia

Falaram-me deste livro e pela temática decidi ler. Já esperava gostar, mas foi muito mais do que isso. É um excelente exemplo de perseverança de uma mãe em busca do melhor para o seu filho, não olhando a meios para o proteger o melhor que pode. Mesmo quando tudo à sua volta parece falhar, principalmente, os tribunais. Acrescento só que, mais do que uma vez, senti raiva e vontade de entrar na história e eu própria fazer alguma coisa em prol desta mulher. De leitura fluída, apesar de ser um tema pesado e que pode despertar alguns gatilhos a algumas pessoas.

Uma história sufocante. Um pesadelo do início até ao fim. Impossível parar de ler.

A sinopse do livro, leva-nos a deixar em dúbia interpretação o título do mesmo. Não obstante, e num perfil muito íntimo, ao confrontar todos os detalhes (encantadoramente) descritos pela autora e entrando na alucinante viagem de que nós mulheres muitas vezes somos alvos, impregnou-me de uma sofreguidão incapaz de não chegar ao final do romance sem que o próprio ar fosse visto como uma necessidade diária de sobrevivência. Só a paz da Adriana estava submersa no, meu, consciente e inconsciente. É sem dúvida uma obra que vai permanecer ETERNAMENTE na minha memória, que irei reler várias vezes. Por razões pessoais recomendo (e quem sou eu? ninguém importante, eu sei) que deveria ser uma obra de LEITURA OBRIGATÓRIA a todos os que lidam com crianças em contexto de tribunal, saúde, educação, CPCJ, assistência social, etc de famílias separadas e que apresentam sintomas tão banais como dores de barriga ou unhas roídas, bem como a todos os que estão em formação para desempenhar papéis técnicos nestas áreas. À autora, a quem tive o privilégio de congratular nas redes sociais, apenas uma GRATIDÃO ETERNA por explanar o sofrimento que tantas de nós (mães) vêem diversas vezes derramado numa panóplia de locais de pseudo justiça...e um apelo a que realmente assegurem as competências sócio emocionais destas crianças/jovens que acabam por ser uns órfãos guerreiros. Pois bastantes sucumbem à rebentação das ondas e acabam por fluir pela torrente de que foram ou são alvos.

É um livro que não se consegue parar de ler, que se fica sem fôlego em querer saber o que vai acontecer a seguir. Uma escrita fluida e que recomendo.

Li as 690 páginas de Apneia em pouco mais de uma semana. Chorei. Senti repulsa. Senti náuseas. Senti raiva. Senti frustração. Senti empatia. Senti medo. A verdade é que a Tania Ganho conseguiu colocar nestas páginas o tanto que muitas vezes tentamos ignorar. Existem muitas formas de violência. Existem muitos tipos de divórcios. E existem à nossa volta muitas pessoas verdadeiramente perturbadas disfarçadas de cordeiros mansos sorridentes e afáveis. Obrigada à Tânia por esta escrita maravilhosa e rica e por esta história que não é apenas uma história. É um trabalho de investigação e uma arma poderosa para que muitas pessoas se possam libertar. Sem dúvida que este Apneia vai para o top dos preferidos de 2020! Parabéns Tânia Ganho!

Prende a atenção do primeiro ao ultimo minuto pelo realismo que apresenta.

Esta foi uma leitora penosa. Tantas vezes me vi obrigada a parar para recuperar o ar. Para controlar a ansiedade. Lido, literalmente, em apneia, é um livro obrigatório. Escrito de forma sublime. Que marca e que perdura para além do tempo. Será, seguramente, um dos livros da minha vida, escrito por uma autora portuguesa.

A minha estreia com a autora, um livro que gostei bastante de ler e que senti como se estivesse lá a vivenciar o que nos é contado. Uma leitura algo revoltante e que me tirou o sono durante alguns dias. Gostei da maneira como a autora escreveu a história e senti empatia pela personagem principal. A capa tem tudo a ver com a história - leiam e vão perceber! Recomendo esta leitura!

Ler este livro, fez-me suster a respiração de cada vez que o abria, e ansiedade de quem ficava nas páginas de cada vez que o fechava. Muito bom mesmo. Escritora fantástica.

Este livro tirou-me o folgo em praticamente toda a sua narrativa. As minhas emoções ficaram ao rubro. Senti tudo na pele como se fosse eu a vivenciar. Vivi neste livro. Neste livro exploramos as dimensões negras da violência conjugal, da alienação parental e do abuso sexual. Uma leitura intensa. Absorvi cada pedacinho de ensinamento que este livro me deu, cada mensagem que me transmitiu, cada emoção que senti ao ler.

Adriana: esposa e mãe. Alessandro: esposo e pai. Edoardo: filho. Ela portuguesa e ele italiano. Paixão. Enamoramento. Casamento. Filho. Tudo “normal” até que deixa de ser. Após anos a ser maltratada, Adriana decide por fim ao seu casamento: o homem por quem se apaixonou e casou é uma “farsa” e com quem já não se vê a partilhar mesa, cama e casa. Alessandro, ferido no seu orgulho de esposo e pai, dá inicio a uma guerra em que está disposto a tudo para, não só ficar com o filho, mas também fazer sofrer a mãe. Uma história arrepiante e revoltante de uma família nas barras dos tribunais e o trazer ao de cima das fragilidades de um sistema judicial que está longe de estar “apto” para decidir com o superior interesse da criança como único mote admissível numa luta de custódia. Contada fazendo recurso a saltos temporais, a autora recorre à técnica para explicar comportamentos presentes, adicionar mais factos ou detalhes sobre acontecimentos do passado e ir construindo o carácter e a personalidade dos intervenientes. Apesar de enorme (700 e tal páginas), este é um livro que se lê num fôlego ou em apneia. O assunto é actual e, por mais que desejemos que não seja assim, infelizmente é a realidade de muitas e muitas famílias. Citação: “Não são só os homens, os rapazes, os meninos que temos de educar para que não sejam violentos e respeitem as mulheres, pensou Adriana. Temos de educar as mulheres, as raparigas, as meninas para gostarem de si próprias. E gostar de nós próprios é dizer ‘não’ quando gritam connosco, fugir quando nos insultam, partir de imediato e definitivamente quando nos levantam a mão, em vez de perdoar.” (pág. 403)

Este livro deixa-nos literalmente em apneia, ou seja, ao longo da leitura sentimos a dor de Adriana e Edoardo ( mãe e filho). É um livro com temas muito duros e pesados( divórcio litigioso, violência doméstica, alienação parental...) mas que se lê muito rapidamente apesar das quase 700 páginas,pois queremos saber o que acontece a seguir. É um livro que nos prende, que essencialmente perturba pois sabemos que é baseado em histórias reais. Aconselho a sua leitura sem margem para dúvidas.

Foi dos poucos livros portugueses que comprei e de certeza que depois deste começarei a comprar mais. Uma escrita dura, crua e de certa forma negativa que nos faz pensar como a protagonista se sente. Uma história que nos envolve, nos irrita, nos faz querer justiça e que nos faz sentir um pouco da falta de ar que é constantemente relatada. Este livro é dedicado pela autora às crianças que passam pelos Tribunais de Menores e é impossível não pensarmos em todas elas e não desejar que o sistema os protegesse mais. Não é um livro bonito, é uma história crua mas que nos faz pensar em muita coisa. Em resumo adorei este livro que mexeu tanto comigo e que recomendo vivamente.

Relato perfeito da incompetência dos tribunais relativo aos direitos das crianças. Testemunho perfeito sobre as frustrações, impotencias e revoltas de uma mãe para SOBREVIVER a tanta atrocidade.

Uma história intensa... a respiração fica suspensa ao vivenciarmos esta violência psicológica de um pai sobre o seu filho e ex-mulher... um sistema jurídico que trata a vítima como culpada... uma realidade dos nossos dias. Adorei o livro!

Apneia é a obra que faltava na literatura nacional. Uma narrativa assombrosa, que nos obriga a suster a respiração, enquanto nos transporta pelos meandros da incompetência institucional, onde os superiores interesses da criança cedem à alienação parental, violência psicológica e abuso sexual. Uma obra surpreendente, que nos conduz pela sórdida inércia de tribunais, hospitais psiquiátricos, sociedades de advogados e esquadras policiais. Mas, simultaneamente, uma belíssima declaração de amor maternal, que nos guia pelo percurso de uma mãe, presa ao difícil equilíbrio emocional entre a fuga à violência doméstica e a luta pela segurança do seu filho. Criteriosamente sustentado, Apneia é, face à violência conjugal e parental que acomete os nossos tempos, a leitura que se impõe e se exige. Maravilhosamente redigido, enche-nos de esperança de que um dia toda a literatura possa ser tão pertinente e acutilante quanto Apneia.

Quando se começa a ler este livro, é difícil parar de ler. Queremos sempre mergulhar mais e mais na história. Um livro que desperta em nós vários sentimentos à medida que vamos avançando na história. Recomendo vivamente.

Uma narrativa poderosa, onde se mergulha de súbito.