A Solidão dos Moribundos
de Norbert Elias
Sobre
o LivroA morte é um tabu enraizado nas sociedades ocidentais avançadas, e lidar com ela — e com os moribundos — representa dificuldades extremas para muitas pessoas. Este contundente ensaio de Elias analisa a morte e o ato de morrer e, mais importante, a reação dos vivos diante dessa realidade. Evitando o jargão filosófico, o autor aponta a grande contradição de nossa época: a morte tornou-se mais asséptica, mas a solidão dos moribundos aumentou. Os vivos não conseguem demonstrar-lhes afeto justamente quando este se faz mais necessário. Ao buscar entender o sentido da morte — e o sentimento que ela provoca —, Norbert Elias enriquece a discussão dos processos civilizadores e das bases de nossa sociedade.
Este livro traz ainda a conferência "Envelhecer e Morrer", que aprofunda e enfatiza a constatação essencial de Elias de que "a morte é um problema dos vivos".
"Atento aos processos psicológicos que conformam a ambivalência de sentimentos diante da morte (culpa, raiva, dor e medo, misturados e muitas vezes recalcados) e sem perder de vista a sua conexão com outros domínios da experiência social, Elias dá um baile sociológico em A Solidão dos Moribundos. (...) O livro é daqueles que se lêem com o coração na boca, não só pelo assunto, mas sobretudo pela maneira de o autor conduzi-lo."
Heloisa Pontes, Jornal de Resenhas, 10/11/2001
"A grandeza da obra de Elias e sua originalidade residem em grande parte no método que ele adota para estudar determinado tema ou momento histórico. Em suas análises, sempre interdisciplinares, não há aspecto algum que prevaleça em relação aos demais. A sociedade é sempre um todo relacional, um entrelaçamento de indivíduos, e para estudá-la é necessário analisar todas as suas expressões (políticas, econômicas, sociais, estéticas, psíquicas)."
Cláudia Perrone Moisés, Jornal da Tarde, 27/10/2001
"Quem sabe Elias ajude a entender como os homens são profundamente iguais, mas também absolutamente diferentes e amarrados às suas próprias épocas."
Lilia Moritz Schwarcz, Folha de S.Paulo, 02/09/2001
"(...) Elias optou por um ensaio, à maneira de Montaigne; um trabalho erudito, ao qual não falta, contudo, a emoção, e que se completa, no mesmo volume, com a conferência "Envelhecer e Morrer". (...) Elias não pode nos oferecer um milagre — e se pudesse, não o faria através de um livro, este simples, modesto objeto. Mas ele pode nos ensinar a "falar mais clara e abertamente" sobre um tema que é difícil, senão impossível, de enfrentar. E, ao fazê-lo, ajuda-nos enormemente."
Moacyr Scliar, Jornal do Brasil, 01/09/2001