A Parenética Portuguesa e a Dominação Filipina
de João Francisco Marques
Sobre
o LivroEstudo histórico pioneiro, assente em vasto acervo textual, que revela a interferência da pregação portuguesa de matriz patriótica, ao longo do domínio filipino, na defesa e investigação do sentimento autonomista, esteio da identidade pátria, então sempre mais violentado que esmorecido. Na crítica, certeira ou ambígua, às medidas legislativas, administrativas e políticas tomadas no decurso dos sessenta anos de monarquia dual, face à situação concreta do reino e seu império ultramarino, fomentou-se no púlpito, o mais poderoso meio de comunicação social da época, o descontentamento crescente da nação e a ânsia de reaver a independência tida por usurpada. O mito sebastianista e o carisma messiânico de povo eleito foram suportes ideológicos da identidade lusa e estímulos para que o libertador encoberto e esperado acabasse por surgir. Através de um discurso intencional ou insinuado, os oradores sacros, recorrendo a figuras e alegorias bíblicas acomodadas às circunstâncias históricas surgidas, actuavam no ânimo da comunidade e assim preparavam o triunfante golpe político de 1640.