A Estrela de Joana
de Paulo Pereira Cristóvão
Inspector da PJ escreve livro sobre "Caso Joana".
Lembra-se de Joana Cipriano? A menina de oito anos cujo desaparecimento chocou Portugal em 2004? O caso e as peripécias do dia a dia que lhe foram inerentes são agora relatados em livro por um dos inspectores da Polícia Judiciária que acompanhou as investigações. Autor e personagem de A Estrela de Joana, Paulo Pereira Cristóvão foi destacado, juntamente com dois colegas da Direcção Central de Combate ao Banditismo, para interrogar o tio de Joana, detido por suspeitas de envolvimento no desaparecimento da sobrinha. Os inspectores acabam por envolver-se na investigação e contribuem para sustentar a teoria de homicídio. Em A Estrela de Joana, o autor dá conta do quotidiano destes agentes e do desenrolar das pesquisas. O objectivo acaba por nunca ser atingido. Depois de semanas de buscas, o corpo de Joana não é encontrado. Os inspectores regressam a Lisboa. Numa esplanada, junto ao rio Tejo, comovem-se quando avistam uma estrela cadente, a estrela de Joana. Um livro que se assume como uma homenagem à corajosa Joana para sempre na memória de todos nós.
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789722338202 |
Editor: | Editorial Presença |
Data de Lançamento: | setembro de 2007 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 149 x 229 x 11 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 196 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos |
EAN: | 9789722338202 |
Também eu
Paulo, não sendo meu apanágio este tipo de abordagem, não posso deixar de aproveitar a oportunidade para lhe prestar a minha homenagem. Sou mãe e sempre quis sê-lo, mas apenas aconteceu quando já tinha 40 anos. Sou uma mãe muito velha, galinha, permissiva, feliz, atenta, interessada, apaixonada pela minha filha Sara... sou tudo o que ser mãe implica, já que não tendo programado esta gravidez, ela foi o que de melhor me aconteceu. E, repare, que lhe digo isto numa das piores fases da minha vida, aquela em que, tendo a Sara quase 6 anos, decidi pedir a regulação do exercício do poder paternal, pelo facto do "pai" ter esquecido que ela existe, respira, come, brinca, sorri, chora, enfim, vive. Perdoe-me o desabafo... apenas queria dizer-lhe que sou mãe e que sou a melhor mãe do mundo, em igualdade de circunstâncias com tantas outras, com todas aquelas que amam os filhos. É como mãe que lhe escrevo e não o faço para fazer a minha apologia, pois o que eu sou é normal, ou não será? Não será normal amar os filhos? Não será normal sofrer, sorrir, chorar e respirar com e por eles?Por vezes tenho dúvida. Com o que se vê, ouve e lê, todos os dias, com tudo o que é real e, na minha óptica inimaginável. Eu não escolhi ser mãe, não programei, n~~ao me casei, não namorei durante anos, não tive uma relação estável com o pai da Sara, não coisa nenhuma. Apenas aconteceu e decidi que ela ia nascer.E foi a melhor decisão da minha vida. Não vou dizer-lhe que tem sido fácil, mas isso não importa.Desde que a Sara nasceu, nunca fui ao cinema a não ser com ela, nunca a deixei com ninguém para jantar ou almoçar fora. Sempre o fiz com ela. Nunca ficou sozinha, como nunca a preteri por ninguém nem coisa nenhuma. Não consigo pensar em, um dia, encontrar alguém para partilhar as nossas vidas, que não a respeite, e não a ame também. Não consigo isto ,não consigo aquilo que a prejudique.Para mim é impensável agredir a minha filha física ou psicologicamente, seja a que nível for e isso não quer dizer que não saiba educá-la, porque estou certa que sei e que é uma menina linda. Por isso não posso entender ou aceitar que se chame mãe àquelas duas senhoras( a "mãe" da Joana e a " mãe" da Madeleine). Não consigo,mas o defeito só pode ser meu... Para si, Paulo,como para o seu "companheiro"a minha homenagem e um abraço. Se lhe interessar, o meu e.mail é [email protected]