José Saramago - Rota de Vida eBook
Uma Biografia
de Joaquim Vieira
Sobre
o Livro
José Saramago vencedor do Prémio Nobel da Literatura - o primeiro (e único até à data) a distinguir não só Portugal como a língua portuguesa, o escritor autor de romances fundamentais como Memorial do Convento, O Ano da Morte de Ricardo Reis ou Ensaio sobre a Cegueira, conquistou, por esse motivo, um estatuto de primordial relevo na nossa História recente.
Trilhou, porém, um caminho árduo até atingir a consagração: originário de uma família de trabalhadores rurais ribatejanos, estudou apenas para serralheiro mecânico e fez toda a sua formação intelectual como autodidata.
Manteve-se na obscuridade durante a maior parte da sua carreira, fosse como funcionário de escritório, responsável por uma editora ou até enquanto editorialista, que não assinava os seus textos, e já só por volta dos 60 anos ganhou notoriedade como romancista.
Viu-se envolvido emnpolémicas que mobilizaram as atenções nacionais: acusado de praticar censura ende afastar jornalistas como diretor-adjunto do Diário de Notícias, ele próprionviria a queixar-se, anos depois, de o governo lhe censurar um livro, afirmando que por tal motivo se afastava do país.
Esta biografia traça o percurso de uma personalidade única da cultura portuguesa, debruçando-se tanto sobre a sua intensa atividade criativa como sobre a sua atribulada vida privada.
20 anos de Nobel da Literatura -2018
A biografia é esclarecedora, e isso é que importa. Mas não deixo de apontar um dos piores defeitos de que a cultura não anglo-saxónica padece: o exagero em citar a torto e a direito. Se se ler o primeiro capítulo, por exemplo, e se extrair todas as citações, aquilo que fica do biógrafo é nada menos do que 1 página da sua escrita. Ou seja, o Joaquim pouco escreve, limitando-se a citar abundantemente Saramago e outros, esquecendo que o trabalho do biógrafo é escrever por suas palavras o que pesquisou e estudou sobre o biografado.
Uma biografia muito bem construída literáriamente e parece-me que analisada de um modo imparcial. É a história de um homem que não acreditava na existência de um deus; é a história de um homem que não me parece ter sido má pessoa; é a história do melhor autor da literatura portuguesa. Tive a sorte de ler todos os seus romances e ensaios e algum teatro e poesia. E daí, concluir que Saramago destronou Eça.