A Rapariga que Derrotou o Estado Islâmico eBook
de Farida Khalaf; Andrea Hoffman
Sobre
o LivroFarida Khalaf tem uma histórica para contar.
É a história de uma rapariga cuja vida foi cortada ao meio.
É a história de um antes e um depois.
Em agosto de 2014, Farida tinha 17 anos, uma família numerosa e uma melhor amiga com quem partilhava segredos e sonhos de futuro. Na sua aldeia no Iraque reinava a paz. Mas isso era "antes".
O "depois" impôs-se com a brutalidade de um pesadelo. Decorria ainda o mês de agosto quando a sua aldeia, não-muçulmana, foi ocupada pelo Estado Islâmico. Os aldeãos enfrentaram as ameaças com a dignidade da fé. Unidos, recusaram converter-se ao Islão.
E pagaram o preço. Os jihadistas assassinaram todos os homens e rapazes, e raptaram as mulheres e crianças.
O que se seguiu está para lá dos limites da imaginação. O dia a dia feito de espancamentos e violações. A indignidade dos mercados onde o Estado Islâmico vendia as prisioneiras como se fossem gado. Mas após várias tentativas de suicídio, a revolta falou mais alto. Farida decidiu lutar até ao fim das suas forças. E um dia, os terroristas esqueceram-se de trancar a porta do seu quarto. Foi o dia com que sonhara durante os longos meses de cativeiro. Foi o dia em que fugiu pelo deserto da Síria disposta a morrer pela liberdade.
Farida Khalaf tem uma história para contar.
E é uma história extraordinária.
Li o livro em algumas horas, apesar de ser de leitura pesada e obrigar à reflexão. Uma narrativa fantasticamente pormenorizada, que nos obriga a repensar sobre o drama por que tantos civis passam e as condições em que vivem as populações afectadas pela guerra, mesmo depois de sobreviverem às mais cruéis atrocidades. Bastante esclarecedor para quem possa ter dúvidas sobre as razões que levam alguém a deixar tudo para trás e arriscar a própria vida e a vida dos seus entes mais queridos em busca de uma vida que dificilmente não será melhor, qualquer que seja o destino...
É um livro que nos faz refletir, que nos coloca na pele de todas aquelas pessoas e nos faz compreender melhor a situação dos refugiados. Filhos que são tirados das mães, mães e filhas que são vendidas no mercado de escravos, rapazes a quem é feita uma lavagem cerebral para se tornarem combatentes do estado islâmico, homens que são assassinados em massa. Estas pessoas fogem para conseguirem sobreviver, para salvarem os filhos, fogem porque se ficarem na terra natal sabem o que os espera. E será fácil deixar uma vida inteira para trás? Partir de onde foram felizes, partir com o coração nas mãos sem saberem se chegam mesmo ao destino? E tudo por causa de fanáticos religiosos. É uma leitura um pouco pesada, mas que nos faz refletir de outra forma sobre o que se passa fora da nossa bolha.