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Rafael Alberti

Rafael Alberti

Poeta espanhol, Rafael Alberti, nascido em 1902, em Puerto de Santa María, Cádis, e falecido a 28 de outubro de 1999 na sua terra natal, pelas fortes influências de um contexto social e político marcados, cedo se torna fervoroso adepto e militante do comunismo.
Muda-se com a família para a capital, Madrid.
Alberti começa por se manifestar pela pintura - em 1920 faz duas exposições de pintura no Ateneo de Madrid - que logo abandona para privilegiar a sua interessantíssima e soberba vocação de escritor. No entanto, a sensibilidade pela pintura jamais o abandonará, manifestando-se através de uma permanente orientação plástica dentro da sua poesia. Entre 1920 e 1923, Alberti escreve os seus primeiros poemas na Revista Horizonte. Até 1923 Rafael Alberti revela, curiosamente, um forte apuramento da sua maturidade.
No percurso literário de Alberti há um marco extremamente importante: o acesso e leitura de Gil Vicente e dos Cancioneiros dos Séculos XV e XVI desencadeiam nele a produção de Marinero en tierra que, em 1924, lhe proporciona o Prémio Nacional de Literatura, lançando assim este escritor para a consagração como uma das figuras da chamada "Nova Poesia".
A obra de Alberti está dividida por ciclos, podendo distinguir-se essencialmente cinco ciclos. O primeiro ciclo da poesia albertiana abre com Marinero en tierra e define-se como um ciclo de produção da expressão de conceitos da tradição dos Cancioneiros. A partir daqui abre-se um segundo ciclo, em que a principal influência para Alberti passa a ser Gôngora (Época Barroca Espanhola) e de onde se destaca a produção de Cal y canto (1927-1928).
Entre 1927 e 1928 Alberti entra numa grave crise pessoal, o que o fez arruinar por completo a linha gongorista e iniciar um terceiro ciclo, agora mais virado para o vanguardismo espanhol. Neste terceiro ciclo, Alberti produz a sua maior obra, Sobre los ángeles (1929). Dentro deste mesmo ciclo, o poeta produz ainda, em 1929-1930, Sermones y moradas e Yo era un tonto y lo que he visto me há hecho dos tontos. A partir daqui inicia-se em Alberti um quarto ciclo, o do surrealismo baseado numa posição ideológica próxima do anarquismo, que deixa de lado o carácter despreocupado que o poeta assumia nos anos 20 para entrar agora no âmbito da poesia civil, marcada pela fabulosa produção de Elegía Cívica e Com los zapatos puestos tengo que morir (1930).
Com o aparecimento da Segunda República, o poeta vira-se gradualmente para uma postura de marxismo revolucionário. Em 1934, ao publicar a sua poesia de 1924-1930, declara que a sua vida e obra estão agora ao serviço da revolução do proletariado. Todos os poemas produzidos nestes anos estão recolhidos, compilados em De un momento a outro, Trece bandas y cuarenta y ocho estrelas (1936) e Capital de la gloria (1936) que, em 1938, Alberti passaria a chamar El poeta en la calle - título bastante emblemático.
Alberti converte-se, como primeiro representante da sua geração, num dos grandes cultivadores da poesia social e de agitação política. Forçado a exilar-se durante a Guerra Civil - em 1939 começa o seu exílio por França, seguindo-se o México, a Argentina e, finalmente, Roma - permanecerá fora de Espanha até 1977. Quando regressa é eleito Deputado pelo Partido Comunista no primeiro Parlamento Democrático depois da Ditadura.
Em 1983 é galardoado com o Prémio Cervantes que traduz o seu reconhecimento oficial por parte da Espanha Democrática. Nesta época de regresso a Espanha, Alberti volta com mais dez livros produzidos em exílio, dos quais se destacam Entre el clave y la espada (1941), A la pintura (1945), Retornos de lo vivo lejano (1952), Ora marítima o baladas y canciones del Parana (1953). Este novo período da obra poética de Alberti, que assinala um quinto ciclo da sua produção, é essencialmente marcado pelo regresso a uma lírica de moldes tradicionais e conteúdos subjetivos, mais próxima da forma que utilizava no seu primeiro ciclo, nos anos 20.
Na obra total de Alberti há uma grande divisão (assim como na sua própria vida) - cinco ciclos, cinco etapas, começando pelo neopopularismo (concentração na poesia como o reino da pureza; estilização do popular; tradição dos Cancioneiros), seguindo-se o gongorimo (manifestado através da rutura estética e ideológica), o surrealismo, a poesia civil/política (através de um Realismo Socialista e de uma linguagem revolucionária), terminando numa fase de poesia nostálgica, de retorno ao tradicionalismo do primeiro ciclo. De todas estas fases, os livros que mais atraíram a atenção da crítica foram os que correspondem ao período de 1924-1930.
Apesar desta grande divisão, que abarca fases tão diferentes (de escrita e de vida), Alberti foi capaz de expressar o mundo espanhol com uma flexibilidade, elegância e graça que lhe valeram todo o prestígio que mantém até aos dias de hoje.

bibliografia

Antologia Poética de Rafael Alberti

Antologia Poética de Rafael Alberti

Campo das Letras
04-1998
0,00€
Noite de Guerra no Museu do Prado

Noite de Guerra no Museu do Prado

Editorial Estampa
04-1978
0,00€
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