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Ivan Búnin

Ivan Búnin

PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1933

Escritor russo, Ivan Búnin nasceu a 10 (há quem aponte 22) de outubro de 1870, na aldeia de Voronezh, na província central de Oryol. Oriundo de uma antiga família de proprietários rurais, que muitas gerações antes se haviam emancipado do estatuto de servidão, Bunin assistiu à ruína da sua fortuna. Se o avô havia dissipado grandes quantias após a morte da sua jovem esposa, o pai era viciado no álcool e no jogo, arrematando o que pouco que restava.
Aos onze anos de idade ingressou na Escola Primária de Yelets, o que fez com que permanecesse longe de casa durante cerca de cinco anos. Regressando depois à propriedade da família, foi encorajado pelo irmão mais velho, ex-prisioneiro político e universitário, a ler os grandes clássicos russos. Logo começou a escrever, procurando imitar esses ilustres modelos.
Estreou-se como poeta aos dezassete anos de idade, ao publicar um trabalho numa revista de São Petersburgo, a tradicional capital cultural russa.
Em 1889 foi viver com o irmão para Kharkov, onde passou a trabalhar como funcionário público. Continuando a escrever poemas, lançou-se também na prosa, publicando o seu primeiro conto em 1891, com o título Derevensky Eskiz. Também nesse ano apareceu o seu primeiro livro, Stimotvoreniya (1891), e conseguiu uma posição como editor-adjunto do jornal Orlovskiy Vestnik, passando depois a bibliotecário em Poltava. Manteve correspondência e amizade com grandes personalidades russas do mundo da literatura, como Anton Tchekov, Leão Tolstoi e Máximo Gorky.
A partir de 1895 viajou amiúde, repartindo o seu tempo entre São Petersburgo e Moscovo. Em 1903 recebeu o Prémio Pushkin da Academia Russa de Ciências, de que se tornou membro honorário em 1909, pela tradução do poema O Canto de Hiawatha de Longfellow.
Até à deflagração da Primeira Grande Guerra, Búnin visitaria destinos tão longínquos como a Turquia, o Egito, a Palestina e a Ilha de Ceilão. Entre 1912 e 1914 acompanhou Gorky em estadias sazonais na Ilha de Capri.
Ganhando uma certa reputação pelos seus contos sobre a vida rural russa, gerou uma certa polémica. A Revolução de 1905 colocou ao país a possibilidade de vir a ser governado pelo povo. Búnin, não tão-somente por ser originário de uma família considerada aristocrática, mas por conhecer o povo e o julgar incapaz de tomar decisões, passou a descrever os camponeses em tons mais agrestes, retratando-os como pessoas ignorantes e violentas.
Em 1910 publicou Derevnia, romance composto por episódios breves da vida rural russa durante o período da Revolução de 1905, e que contava a história de dois irmãos camponeses, em tudo muito diferentes. A obra constituiu um sucesso um pouco por todo o país, já que destruía a imagem da pureza e inocência das gentes do campo.
Com a eclosão da Revolução Russa, em outubro de 1917, Búnin optou por trocar Moscovo por Odessa, onde permaneceu cerca de dois anos. A notícia do crescendo das atrocidades cometidas pelos bolcheviques levou-o a abandonar definitivamente o país, emigrando para França na última embarcação francesa a deixar o porto de Odessa.
A publicação do seu diário em 1920, com o título Okayannye Dni, justificava esta sua decisão, já que na obra são reveladas muitas acusações que Bunin fazia ao regime bolchevique.
Em 1922 surgiu a obra-prima Gospodin Iz San-Frantsisko (O Cavalheiro de São Francisco), recolha de contos em que a história que dava o título à obra relatava em tons de ironia a tragédia de um ganancioso milionário norte-americano que morre durante uma viagem à Europa, num hotel italiano, e que se torna no proverbial "peso morto", até que o seu cadáver seja finalmente embarcado nos porões escuros de um luxuoso transatlântico.
Galardoado com o Prémio Nobel em 1933, e primeiro cidadão russo a merecer esta honra, Ivan Búnin faleceu a 8 de novembro de 1953, em Paris, vítima de um ataque cardíaco.

Ivan Búnin. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.

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