WOOK LÊ Vicente Alves do Ó

23 de janeiro de 2023

Vicente Alves do Ó é cineasta e escritor e também, poderíamos dizer, cineasta de escritores, já que a sua filmografia inclui as longas-metragens Florbela e Al Berto.
Que a Vidas nos Oiça é o terceiro livro do autor, depois de Marilyn à Beira-Mar e Florbela, Apeles e Eu. Neste novo livro, o protagonista é Vasco, um realizador de cinema a braços com uma crise de meia-idade e as inerentes inseguranças. Quando a mãe lhe anuncia que sofre de Alzheimer, Vasco tem a ideia de fazer um filme sobre a vida dela, para que ela consiga recordar o passado. Na investigação para o filme, descobre verdades que desconhecia.
Estes são os livros da sua vida.  
Vicente Alves do Ó
BIOGRAFIA
NOME: Vicente Alves do Ó
DATA E LOCAL DE NASCIMENTO: 02/01/72 em Setúbal
WOOK FAZ? Escritor e cineasta
CURIOSIDADE: Não consegue escrever sem música ou um copo de vinho alentejano.
Os seis livros da sua vida
Obra poética de Sophia de Melo Breyner Andresen
A Sophia e a sua poesia foram um pilar fundador da minha paixão pela escrita, pela solidariedade e sociedade civil e até mesmo pela política. Há na sua pessoa, na sua poesia e na sua conduta, uma elevação e uma dignidade que sempre me serviram de exemplo. Encontrei nela, enquanto adolescente e jovem adulto, as referências literárias, estéticas e históricas, que se foram instalando como paixões maiores e que moldaram a pessoa que sou hoje, aos 51 anos. Por isso mesmo, sempre que viajo, levo comigo um livro dela, que me faz companhia, que leio em voz alta, como se fossemos os dois muito antigos, e à sombra da acrópole pudéssemos tomar chá e descortinar o princípio do mundo.
QUERO LER!
A Ilíada
Ler Homero é viajar na máquina do tempo, estar presente naquele passado longínquo, entre o mito e a realidade, mas que ganha um fulgor tremendo e que acaba por fazer parte da minha vida, como um álbum de imagens que me inspiram ainda hoje, que me tomam de assalto, sempre que penso em escrever, criar, escutar o mundo. É impossível fugir a esta aventura desmesurada cheia de ilusão e carnificina. É uma obra que nos explica. Descreve-nos.
QUERO LER! »
As Memórias de Adriano
O fascínio que sempre tive pelo império romano e as suas histórias, deu-me a descobrir esta obra e escritora que se tornou uma das minhas favoritas de sempre. A história do imperador Adriano ensinou-se como a literatura pode ser íntima e pessoal, quase mágica, quase carnal. Tenho uma edição com 30 anos. Sempre que mudo de casa, é o primeiro livro que guardo nos meus pertences. Seria impossível perdê-lo de vista.
QUERO LER! »
Ensaio sobre a Cegueira
Quando a escrita nos engole e perturba, quando nos faz sentir a fragilidade humana, a barbárie, como tudo aquilo que construímos pode ser destruído pelo desconhecido. E como a natureza humana é capaz do melhor e do pior diante do medo e da incompreensão. Confesso que ainda hoje é o meu Saramago favorito, lembro-me muitas vezes dele, penso-o muito (como agora, com a pandemia) e acredito mesmo que a sua genialidade é do mundo. Por isso, fez todo o sentido que o Nobel lhe viesse parar às mãos.
QUERO LER! »
Contos de Tchékov
A minha paixão por Tchékhov nasceu no teatro. Ele escreveu algumas das minhas peças favoritas e confesso que o seu semblante, a sua melancolia, a sua fantasia, sempre me disseram muito, sempre falaram muito. E ainda falam. Mas quando descobri os contos fiquei completamente rendido e tornei-me num fã obcecado. Procuro ler tudo o que ele escreveu e que escreveram sobre ele. Ou seja, aqui, neste caso, tal como Sophia, a pessoa e a obra confundem-se.
Quero Ler!
Breviário das Más Inclinações
Descobri o autor no famoso suplemento de literatura jovem do Diário de Notícias - o DN Jovem. Estávamos nos anos 80. Fiquei desde logo preso à sua escrita rebuscada, mas que me atraia pela sua singularidade e ruralidade. É como se o Zé escrevesse sobre o Portugal profundo, onde vivem as bruxas, as histórias de sangue, a sombra da morte, tal e qual como a minha avó alentejana me contava quando era criança. O Zé tem um talento superlativo e este romance foi a prova portuguesa. Somos das mesmas idades, o que me deu vontade de também experimentar a escrita em prosa.
Quero Ler! »

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