Minientrevista a Stênio Gardel, finalista do Prémio WOOK Novos Autores
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2 de dezembro de 2024
Foi à sua realidade quotidiana que Stênio Gardel foi buscar inspiração para escrever A Palavra Que Resta, finalista do Prémio WOOK Novos Autores. Neste romance, o autor debruça-se sobre o poder da palavra e da linguagem e sobre a coragem de resistir à repressão, à violência e à vergonha.
Além de ter vencido o National Book Award para a melhor obra traduzida com este livro, Gardel tem sido elogiado pela crítica pela sua habilidade em dar voz a personagens marginalizadas, usando uma linguagem simples, mas carregada de emoção.
Os leitores e a crítica reconhecem a sua capacidade de retratar o sertão brasileiro com autenticidade e beleza, ampliando o alcance da literatura nordestina no cenário nacional e internacional.
Nesta breve entrevista ao wookacontece, fala-nos de como a escrita é processo de construção, e que tudo começa com uma boa história.
Além de ter vencido o National Book Award para a melhor obra traduzida com este livro, Gardel tem sido elogiado pela crítica pela sua habilidade em dar voz a personagens marginalizadas, usando uma linguagem simples, mas carregada de emoção.
Os leitores e a crítica reconhecem a sua capacidade de retratar o sertão brasileiro com autenticidade e beleza, ampliando o alcance da literatura nordestina no cenário nacional e internacional.
Nesta breve entrevista ao wookacontece, fala-nos de como a escrita é processo de construção, e que tudo começa com uma boa história.
Stênio Gardel
Como surgiu a ideia para este livro?
Como servidor público do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, atendi muitos eleitores que não sabiam assinar o próprio nome. Essas várias imagens deixaram uma forte impressão em mim, e se juntaram a uma outra, fictícia, de um homem sentado a uma mesa, segurando um papel importante para ler nas mãos. Então vieram perguntas sobre esse homem, sobre essa mensagem não lida e, à medida que encontrava respostas e novas perguntas, a história se construiu. O homem se tornou esse homem analfabeto, veio a ideia de o papel ser uma carta, depois a carta como resultado de um relacionamento interrompido, depois de que esse relacionamento seria homoafetivo, e assim por diante.
Tem uma rotina de escrita?
Mantenho uma rotina de escrever todos os dias, principalmente pela manhã bem cedo, se estiver envolvido em algum projeto. Foi assim com A Palavra Que Resta e Bento Vento Tempo, livro ilustrado que publiquei em junho no Brasil.
Como servidor público do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, atendi muitos eleitores que não sabiam assinar o próprio nome. Essas várias imagens deixaram uma forte impressão em mim, e se juntaram a uma outra, fictícia, de um homem sentado a uma mesa, segurando um papel importante para ler nas mãos. Então vieram perguntas sobre esse homem, sobre essa mensagem não lida e, à medida que encontrava respostas e novas perguntas, a história se construiu. O homem se tornou esse homem analfabeto, veio a ideia de o papel ser uma carta, depois a carta como resultado de um relacionamento interrompido, depois de que esse relacionamento seria homoafetivo, e assim por diante.
Tem uma rotina de escrita?
Mantenho uma rotina de escrever todos os dias, principalmente pela manhã bem cedo, se estiver envolvido em algum projeto. Foi assim com A Palavra Que Resta e Bento Vento Tempo, livro ilustrado que publiquei em junho no Brasil.
Como lida com um bloqueio criativo?
Na experiência de escrita dos dois livros, não me lembro de bloqueios na hora de escrever, acredito que porque já tinha havido um grande planejamento prévio, especialmente para o romance, e conseguia escrever todos os dias. Se eu me deparar com um bloqueio criativo nos próximos projetos, acho que será importante não ceder ao medo da folha em branco e escrever mesmo que aquilo seja desconsiderado depois. A escrita é construção, não surge acabada de imediato.
Qual é a pior e a melhor parte de ser escritor?
A melhor, é inventar, criar histórias, e escrevê-las para conversar com pessoas de longe e perto de mim por meio do texto literário. A pior, talvez seja me encarar como escritor, o que envolve tantas outras coisas além de escrever, e que muitas vezes me deixam inseguro quanto a estar pronto para atender as expectativas.
Na experiência de escrita dos dois livros, não me lembro de bloqueios na hora de escrever, acredito que porque já tinha havido um grande planejamento prévio, especialmente para o romance, e conseguia escrever todos os dias. Se eu me deparar com um bloqueio criativo nos próximos projetos, acho que será importante não ceder ao medo da folha em branco e escrever mesmo que aquilo seja desconsiderado depois. A escrita é construção, não surge acabada de imediato.
Qual é a pior e a melhor parte de ser escritor?
A melhor, é inventar, criar histórias, e escrevê-las para conversar com pessoas de longe e perto de mim por meio do texto literário. A pior, talvez seja me encarar como escritor, o que envolve tantas outras coisas além de escrever, e que muitas vezes me deixam inseguro quanto a estar pronto para atender as expectativas.
Há algum tema sobre o qual não goste de ler ou escrever?
Ainda não me deparei com essa situação. Tudo começa com uma história, se for uma boa história, não teria receio de abordar qualquer tema que seja.
Se pudesse partilhar um jantar com qualquer autor (vivo ou morto), quem escolheria?
William Faulkner.
Qual o livro já devia ter lido e ainda não leu?
Ulisses, de James Joyce.
Qual o livro que mais o marcou até hoje?
Crime e Castigo, de Dostoiévski.
Qual foi o último livro que ofereceu?
Nadar no Escuro, de Tomasz Jedrowski.
Ainda não me deparei com essa situação. Tudo começa com uma história, se for uma boa história, não teria receio de abordar qualquer tema que seja.
Se pudesse partilhar um jantar com qualquer autor (vivo ou morto), quem escolheria?
William Faulkner.
Qual o livro já devia ter lido e ainda não leu?
Ulisses, de James Joyce.
Qual o livro que mais o marcou até hoje?
Crime e Castigo, de Dostoiévski.
Qual foi o último livro que ofereceu?
Nadar no Escuro, de Tomasz Jedrowski.
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