Minientrevista a Rita Canas Mendes, finalista do Prémio WOOK Novos Autores

9 de dezembro de 2024
Rita Canas Mendes nasceu em Lisboa em 1984 e, a seguir à licenciatura em Filosofia, decidiu tirar uma pós-graduação em Edição, área que a apaixona e na qual trabalhou, a par da escrita. Além de se dedicar à tradução, tem várias obras publicadas, do guia prático ao livro infantil. A sua sapiência e paixão pela literatura está eternizada nos seus livros está O Que Vem a Ser Isto e Como Publicar o Seu Livro.
A autora lançou o seu primeiro romance, Teoria das Catástrofes Elementares, em abril deste ano. Nele, revisita a História recente do país, nas décadas de 1990 e 2000, através de episódios que testemunham as vivências das várias gerações de uma família, num tom marcado pelo humor e a ironia. Como se recuperasse os estilhaços dispersos de um vitral de memórias, esta narrativa liga o passado ao que o futuro promete.
Nesta entrevista ao wookacontece, Rita Canas Mendes diz que a melhor parte de ser escritora é que, «enquanto se escreve, o conceito de tempo desaparece.»
Stênio Gardel
Rita Canas Mendes
Como surgiu a ideia para este livro?
Foi surgindo aos poucos, sem eu dar por isso. Quando olhei com atenção, tinha já um terço do livro feito.

Tem uma rotina de escrita?
Ainda não. Por enquanto, escrevo quando tenho tempo e estou para aí virada.

Como lida com um bloqueio criativo?
Nunca me aconteceu estar um longo período sem ideias. Se estou sem ideias para um dado texto, pego noutro. Tenho sempre muitas bolas no ar com que me distrair. Em caso de aflição, faço uma sesta.

Qual é a pior e a melhor parte de ser escritora?
A pior é nunca se ter tanto tempo para a escrita como se gostaria. A melhor é que, enquanto se escreve, o conceito de tempo desaparece. Isso e as reações calorosas dos leitores, que me comovem de todas as vezes.
Há algum tema sobre o qual não goste de ler ou escrever?
Tenho muita dificuldade com cenas de violência para com mulheres e crianças. Houve livros que deixei a meio, ou em que não cheguei a pegar, por causa disso mesmo.

Se pudesse partilhar um jantar com qualquer autor (vivo ou morto), quem escolheria?
Tenho a certeza de que a Lucia Berlin seria uma excelente companhia, com as melhores histórias para contar.

Qual o livro já devia ter lido e ainda não leu?
Só depois de começarmos a ler um livro sabemos a falta que ele nos faz. Não acredito em «dívidas de leitura» (até porque poderiam nunca acabar).
Qual o livro que mais o marcou até hoje?
Impossível dizer… foram tantos os que me marcaram! Além de que o peso da sua influência foi variando com o tempo.

Qual foi o último livro que ofereceu?
A Divina Comédia, de Dante Alighieri, traduzida por Vasco Graça Moura e publicada pela Quetzal. Presente de aniversário a uma pessoa de quem gosto muito.

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