«Flores Siberianas», de Patti Smith
Partilhar:
Nos anos 1970 começou a ser reconhecida pela fusão revolucionária de rock n' roll e poesia no seu trabalho. Este poema é um dos que integra o novo livro, Devoção, um testemunho do processo criativo da autora que acaba de sair pela Quetzal.
8 de fevereiro de 2018
FLORES SIBERIANAS
As flores siberianas são cor-de-rosa
como a grinalda de uma filha
ou como um roupão pálido
esticado sobre uma janela
através da qual nunca mais se olhou
Há sangue por todo o lado
já sem ter a cor do sangue
E o rosto do amor não é senão
a brancura do inverno
cobrindo o abeto e o pinheiro
o cervo e o chifre
Tudo desapareceu
E por tudo ainda ansiamos
Dois olhos escuros
Uma cabeça inclinada
Uma coroa caída
Patti Smith, Devoção
As flores siberianas são cor-de-rosa
como a grinalda de uma filha
ou como um roupão pálido
esticado sobre uma janela
através da qual nunca mais se olhou
Há sangue por todo o lado
já sem ter a cor do sangue
E o rosto do amor não é senão
a brancura do inverno
cobrindo o abeto e o pinheiro
o cervo e o chifre
Tudo desapareceu
E por tudo ainda ansiamos
Dois olhos escuros
Uma cabeça inclinada
Uma coroa caída
Patti Smith, Devoção