«Contágio»: uma história dos vírus que estão a mudar o mundo
Partilhar:
Contágio, de David Quammen
«É nossa a responsabilidade pela epidemia do novo coronavírus. Pode ter começado com um morcego numa gruta, mas foi a actividade humana que o disseminou.»
Contágio é um notável ensaio escrito em 2012 por David Quammen, um dos mais reconhecidos nomes da literatura científica, um multipremiado jornalista cujas obras impressionam pelo talento da escrita.
Este é um livro sobre a história dos principais vírus zoonóticos que ameaçam os humanos e deixa um aviso: temos de nos preparar para o pior.
Numa narrativa que tem tanto de brilhante como de devastadora, Quammen põe a nu os efeitos perniciosos da globalização. Juntamente com alguns dos melhores cientistas do mundo, explica-nos como a invasão de ecossistemas milenares em prol de uma expansão económica sem limites, que nos deixa à mercê de infeções perigosas que nos são transmitidas pelos animais que prosperavam nos habitats que destruímos.
Contágio é um notável ensaio escrito em 2012 por David Quammen, um dos mais reconhecidos nomes da literatura científica, um multipremiado jornalista cujas obras impressionam pelo talento da escrita.
Este é um livro sobre a história dos principais vírus zoonóticos que ameaçam os humanos e deixa um aviso: temos de nos preparar para o pior.
Numa narrativa que tem tanto de brilhante como de devastadora, Quammen põe a nu os efeitos perniciosos da globalização. Juntamente com alguns dos melhores cientistas do mundo, explica-nos como a invasão de ecossistemas milenares em prol de uma expansão económica sem limites, que nos deixa à mercê de infeções perigosas que nos são transmitidas pelos animais que prosperavam nos habitats que destruímos.
Esses vírus – como o Hendra, o Ébola, o VIH, ou mais recentemente, o SARS-CoV-2 – antes, contidos e limitados a um determinado espaço estão agora a circular entre os humanos com consequências catastróficas.
Uma leitura urgente, necessária e compulsiva para percebermos os dias que vivemos e aqueles que vêm por aí.
«UMA OBRA-PRIMA»,
segundo a New York Review of Books
segundo a New York Review of Books
«Naquele momento, ganhei consciência de uma sombria preocupação humana: embora estivéssemos a procurar um coronavírus do tipo SARS naqueles animais e a compartilhar o mesmo ar num espaço reduzido, nenhum de nós usava máscara. Nem mesmo uma máscara cirúrgica, e muito menos uma N95. «Certo, e porquê?», perguntei a Aleksei. «Acho que é como não usar cinto de segurança», respondeu-me. O que ele queria dizer era que a nossa exposição representava um risco calculado e aceitável. O leitor vai a um país estranho, entra num táxi no aeroporto, está com pressa, não fala a língua local – e geralmente não há cinto de segurança, certo? Isso fá-lo sair do táxi e procurar outro? Não, prossegue viagem. Tem coisas a fazer. É verdade que pode morrer num acidente a caminho da cidade, mas não é provável. Aceitar esse aumento de risco faz parte do trabalho, em circunstâncias urgentes. O mesmo acontece numa caverna chinesa cheia de morcegos. Se estivesse absolutamente preocupado em proteger-se do vírus, não precisaria só de uma máscara, mas de um fato completo Tyvek, luvas e óculos de protecção – ou talvez até de um capacete de bolha e viseira, todo um equipamento de pressurização positiva com ar filtrado por um ventilador alimentado por bateria, conhecido como «fato espacial». «Não é uma coisa muito prática», observou Aleksei.»