Sono Crepuscular
de Edith Warthon
Sobre o livro
Sobre
o LivroHá, na América, apenas três ou quatro escritores que podem ser apelidados de “grandes”- Edith Wharton é um deles.
Gore Vidal
À boa maneira de Edith Wharton, Sono Crepuscular é uma sátira soberba , desta feita aos loucos anos vinte. A Era do Jazz é aqui retratada em toda a sua duplicidade: o glamour das festas requintadas, a agitação e a elegância permissiva da vida social, mas também o vazio e a angústia das vidas vividas a curto prazo, a falta de horizontes, a futilidade e os excessos de uma juventude desalentada. Por detrás da alegria esfuziante da sociedade nova-iorquina, esconde-se disfarçado de hábito ou pura extravagância- o véu da ilusão, capaz de encobrir todos os artifícios da fuga à realidade.
Preocupada em seguir à risca as regras da boa sociedade mas determinada em fugir à rotina e ao vazio, a família Manford refugia-se nas mais variadas formas de evasão: das drogas ao álcool, dos excessos sexuais à ânsia de dinheiro e poder, tudo é permitido desde que se mantenham as aparências, pois todo o sacrifício individual é justificado pelo bem comum, pela coesão social; até a morte dos sonhos – a mais cruel forma de morte, aquela que vai ditar a sua derradeira ruína.
E à medida que desce o pano sobre o palco da Nova Iorque dos antigos valores e tradições, as artes e o cinema tomam o lugar das estrelas e dão início a todo um fantástico mundo novo.
Romance intemporal – os personagens e a acção poderiam perfeitamente “viver” nos nossos dias – este é e será sempre um dos grandes “clássicos” sobre a alta sociedade do início do século xx e a derrocada dos seus valores tradicionais.
Espantou-me a actualidade de uma obra dos anos 20 do século passado. Tudo o que ocorre nesta história poderia facilmente ser convertido para os nossos dias. Um belíssimo quadro do ambiente da classe alta nova iorquina daquela década.