Rostos

de Rui Nunes

editor: Relógio D'Água, dezembro de 2001
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«(11h 48m) estamos perante o lado benigno da eternidade: esperar a morte sem suspeita, ali, aqui, como na ilha de Torcello a esperam os olhos bizantinos da paisagem, amamos alguns traços de cor, às vezes a luz da memória obriga-nos a sentar na margem do esteiro cheio de lodo, abrigados no tempo pretérito da nossa chegada, mas nós vamo-nos esconder nos juncos, cansados do peso do voo das abetardas, uma a uma passam o som exausto das suas asas, na iminência de cair, só amam o vagar da sua progressão, lentas como a pupila do homem que as vê, (11h 51m) quando olho o mundo, o teu rosto dispersa-se, é a paz que me chega, a de um nome que recua deixando à sua frente a serenidade de um dia sempre último, os meus olhos ficam lúcidos com o recuo do teu nome, ficam lúcidos com o recuo de todos os nomes, és uma coisa sem pronunciação que o silêncio desenha,»

Rostos

de Rui Nunes

ISBN: 9789727086177
Editor: Relógio D'Água
Ano: 2001
Idioma: Português
Dimensões: 135 x 206 x 8 mm
Páginas: 118
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789727086177
Rui Nunes

Escritor português e professor de Filosofia, Rui Nunes nascido em novembro de 1947. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Lisboa e enveredou pela atividade de escritor em paralelo com a de professor de Filosofia, na Escola Secundária Rainha D. Amélia, em Lisboa.
Na década de 60, passou pelos jornais, tendo visto censurados muitos dos trabalhos.
Com muitas dificuldades, publicou o seu primeiro livro As Margens em 1968, tendo que suportar as despesas da edição. Contudo, a sua atividade literária só assume continuidade a partir de 1976, quando, depois de ter regressado da Austrália, em 1974, publica Sauromaquia.
Imprimindo à sua escrita um discurso de características próprias, Rui Nunes não nega a influência de escritores que a vida lhe foi permitindo conhecer, nomeadamente Kafka. Temas como a dor, a doença e a morte são recorrentes nos seus livros.
Porém, e apesar desta temática recorrente que flui na sua obra, o autor assume o ato de escrita como uma forma de sublimar a dor e com preciosos e comprovados (por ele) poderes terapêuticos. Por isso, gosta e tem prazer em escrever.
Leitor da obra de Agustina Bessa-Luís, Maria Velho da Costa, Maria Gabriela Llansol e de José Saramago, entre outros. Rui Nunes aprecia também outros géneros artísticos, nomeadamente o cinema (Bergman) e a música (Barroca e Jazz), admitindo que estes podem suscitar-lhe o gosto pela escrita.
Premiado, em 1992, com o Prémio do Pen Club Português de Ficção, atribuído ao seu livro Osculatriz, os seus novos títulos foram sempre, saudavelmente, apreciados pela crítica literária.
Considerado por Manuel Frias, membro do Júri que atribuiu ao seu livro Grito, em 1998, o Prémio GPRN (Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE)), "uma das estrelas mais brilhantes da constelação literária portuguesa - ocultada, tantas vezes pelas nuvens do fácil e do óbvio", Rui Nunes entende que o sucesso de um livro não se prende com a quantidade das vendas, mas sim com o "espaço de cumplicidade" entre autor e leitor que é capaz de criar.

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