Revista CEPIHS N.º 4

editor: Palimage, setembro de 2014
VENDA O SEU LIVRO i
Editorial

Abrimos o editorial com uma expressão de pesar pela perda de Maria da Assunção Carqueja Rodrigues e Fina d´Armada, colaboradores da Revista CEPIHS que muito prestigiaram, aspeto que se insere na notável obra cultural que legaram. Estendemos o mesmo pesar a Aires Ferreira, que na presidência do município de Torre de Moncorvo sempre acolheu e acompanhou as nossas iniciativas.
Este ano de 2014, Portugal (a Europa e o mundo) inicia um ciclo de come­morações do centenário da I Grande Guerra. É neste contexto que o CEPIHS decidiu dedicar esta revisa ao tema. A pluralidade de abordagens resultou numa confluência enriquecedora de saberes.
Precedem a apresentação dos diferentes artigos duas reflexões sobre o conflito, a visão geopolítica de Adriano Moreira e a filosófica de Norberto Cunha.
A guerra total, industrializada e tecnificada, foi fruto de uma crise instalada pela existência de elementos anacrónicos que a sociedade europeia de 1914 conservava. Assim, a Grande Guerra pode entender-se, globalmente, como a procura desesperada de soluções operativas para um tipo de contenda impos­sível de resolver, segundo as premissas conhecidas até então. A impossibilidade de dirimi-la em poucos confrontos determinantes, como inicialmente perspetivaram as potências beligerantes, fez despoletar um processo que acarretaria custos dramáticos. Os limites do desafio viriam a ser estabelecidos mais pela capacidade de sofrimento dos indivíduos e resistência das sociedades, que pela eficácia das estruturas estritamente militares. Estas considerações são evocadas por Adriano Vasco Rodrigues que nos remete, ainda, para as memórias da guerra, nomeadamente, através do testemunho de um militar. O território dos protagonistas do conflito é convocado por Fina d´Armada, Guilhermina Mota, Maria Otília Pereira Lage e Carlos Sambade. Este autor recorre, paralelamente, à literatura da época, espelhando a extensão e o impacto da conflagração sobre distintas áreas. A par das profundas mudanças económicas e sociais que qual­quer conflito arrasta, também a cultura, a arte e a ciência evidenciam estímu­los, adaptações e/ou inovação. Estas matérias são tratadas por Raul Berenguel, João Rui Pita, Ana Leonor, Maria de Fátima Nunes, Sandra Abelha, Manuel Correia e José Morgado Pereira. O artigo dos dois últimos autores centra-se em Egas Moniz, o cientista e, também, o político que nos conduziu à Conferência de Paz de Paris.
A entrada de Portugal na I Guerra Mundial, foi condicionada pela necessidade de defesa de Angola e Moçambique, pela velha aliança com o Reino Unido, pela vontade de afirmação nacional e internacional da jovem República e a conveniência de que o país não ficasse alheado do quadro internacional do pós-guerra. Ocupam-se destas questões Aniceto Afonso e Fernando Carvalho. Este autor analisa material arquivístico inédito, isto é, quatro manuscritos do Abade de Baçal nos quais denuncia a perceção dessa integração, logo no defla­grar da contenda. A imprensa diária e não diária oferece-se como outra fonte de memória. A guerra foi, aqui, assunto quotidiana e detalhadamente mediati­zado, dando disso testemunho César Urbino Rodrigues, José Luís Lima Garcia e Odete Paiva, que trabalham os jornais dos distritos da Guarda e de Bragança.
A revista dá a conhecer uma lista, não definitiva, dos combatentes do concelho de Torre de Moncorvo que estiveram nas frentes de batalha. Contribu­tos posteriores podem complementar esta informação. A recolha deve-se a Adília Fernandes, Carina Thibieroz e Carlos Branco. Este volume é encerrado com um valioso conjunto de fotografias da Grande Guerra, procedentes da Casa Benoliel e do Ministério da Guerra Francês, gentilmente facultadas pelo Dr. Lima Garcia, seu proprietário. O dossier é introduzido pelos textos do Dr. Joshua Benoliel Ruah, neto do fotojornalista Joshua Benoliel, e do Comandante François Escarras, adido militar da Embaixada da França.
Por fim, uma palavra de agradecimento a todos quantos tornaram possível esta edição. Dirige-se aos autores, ao editor, Dr. Jorge Fragoso e ao nosso colaborador, Dr. Bruno Maurício, à Arq. Isabel Caldeira e, nas pessoas dos seus representantes, às Galerias Cordeiro, à Direção Regional de Cultura do Norte e ao Município de Torre de Moncorvo. Permitam-nos destacar a especial par­ticipação do Senhor Professor Adriano Moreira, patrono do CEPIHS - Centro de Estudos e Promoção da Investigação Histórica e Social.

Revista CEPIHS N.º 4

ISBN: 0000011511747
Editor: Palimage
Ano: 2014
Idioma: Português
Dimensões: 160 x 240 x 20 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 264
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > História > História em Geral
EAN: 0000011511747