Porquê «O Nome da Rosa»?
Livro 1
CRÍTICAS DE IMPRENSA
«Sob o falacioso pretexto de explicar o segredo do título, Eco leva-nos com elegante e irónico saber ao seu mundo mental e oficial, de facto complexo mas pouco ou nada labiríntico, esboça um sistema de sageza, dá-nos de beber e ainda agradece; e o seu mistério de O Nome da Rosa continua.»
Diário de Notícias
EXCERTOS
«Escrevi um romance porque me apeteceu. Acho que é uma razão suficiente para alguém se pôr a contar uma história. O homem é um animal fabulador por natureza. Comecei a escrever em Março de 1978, levado por uma ideia seminal. Apetecia-me envenenar um monge. Creio que um romance nasce de uma ideia deste género, o resto é sumo que se vai juntando ao longo do trabalho.
A ideia do Nome da Rosa ocorreu-me quase por acaso e agradou-me porque a rosa é uma figura simbólica, tão densa de significados ao ponto de já quase não ter mais nenhum... (...) O leitor ia ficar justamente despistado, sem poder optar por uma interpretação; e mesmo que tivesse captado as possíveis leituras nominalistas do verso final, teria acabado então de chegar ao fim, depois de ter feito já sabe-se lá que outras opções. Um título deve confundir as ideias e não orientá-las.»
Umberto Eco
DETALHES
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789722901758 |
Editor: | Difel |
Data de Lançamento: | abril de 1991 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 120 x 190 x 10 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 66 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Pequenos Textos de Grandes Autores |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 0050000092602 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
OPINIÃO DOS LEITORES
Por que o título O Nome da Rosa?
Adelson Matias Souza
Por que o filme "O Nome da Rosa" possui este título? A obra tem como cenário a Baixa Idade Média séculos (XIII -VV), com seus problemas teológicos; gnsiológicos e metafísicos... Em um primeiro instante, podemos relacionar o título do filme "O Nome da Rosa" com a 'rosa' bondade e ascese religiosa; ou, com a "flor" mulher/paixão que se manifesta entre os jovens na trama. Todavia, uma análise filosófica revelará que o título do filme "O Nome da Rosa" de Umberto Eco; que nomina sua obra literária homônima, faz referência direta a uma grande questão de lógica discutida na Idade Média: os Universais. Embasadas nas ideias platônicas e, posteriormente em Aristóteles, (lógica); os Universais seriam entidades metafísicas; essências separadas das cousas individuais. Mais especificamente, buscava-se compreender a relação entre as palavras e as coisas. A discussão volta-se para o questionamento: as palavras (universais) podem verdadeiramente nomear conceitos gerais; ou apenas algumas classes específicas de seres? E ainda: se captamos singularmente pelos sentidos por que as expressamos com palavras universais? Assim, nascem duas posições,1) a Realista que defende que os universais existen em si mesmo; por exemplo, a palavra "rosa" existe na realidade (flor/pessoa), e também no pensamento. 2) Nominalista para quem o nome "rosa" é apenas uma convenção; palavras sem existência real. Para além dos discursos serem entidades metafísicas, ou palavras vazias..., os Universais possibilitaram uma discussão em alto nível que levaram nos ao entendimento e desenvolvimento lógico-linguístico. Umberto Eco com o seu O Nome da Rosa, alude em bases linguísticas e semióticas uma investigação racional sobre o conhecimento humanístico/científico/racional que faz fortalecer a razão autônoma. Adelson Matias Souza é professor de filosofia no Ensino Médio público.
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