Pinok e Baleote Livro
de Miguel Horta
Sobre
o LivroPlano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 4º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
De Tamarindo, ilha imaginária de Cabo Verde, chega-nos a história de Pinok, um menino crioulo com fama de muito mentiroso. O relato de uma amizade entre homens e animais que acaba por salvar a ilha, semeando solidariedade.
Em jeito de contador de histórias, Miguel Horta leva-nos através da atmosfera das ilhas, fazendo-nos sentir a cultura crioula.
É uma história à moda antiga no sentido da multidimensionalidade formativa que veicula, da ausência de concessões ao imediatismo facilitista que tantas vezes se vê, da aposta numa narrativa consistente que nos cativa e nos envolve e que não vive de truques mais ou menos artificiais para manter viva a atenção dos leitores. Pelo contrário, encontramos em «Pinok e Baleote» uma linguagem simples e adequada à realidade e ao ambiente que descreve e no qual se passa a acção.
A história, passando-se em Cabo Verde, tem o mérito de nos colocar perante uma cultura diferente da nossa (apesar de Cabo Verde pertencer também ao espaço da lusofonia) e de enfatizar como essas diferenças culturais se reflectem nos dialectos ou formas de linguagem locais. A referência ao Crioulo aparece, neste livro como valorização das diferenças culturais, reflectidas em modos de vida, de estar e de sentir com características próprias e, simultaneamente, como forma de estabelecer uma ponte ou uma comunhão entre culturas.
Depois... Bom, depois há a amizade entre os homens e os animais, neste caso as baleias e, entre elas, uma jovem baleia de nome Baleote...
Neste livro de contos encontra-se um dos meus contos preferidos -"Os dois fantasmas". Já o contei e, especialmente, as crianças adoram. Quem resiste a dois fantasmas que habitam uma biblioteca e não se cansam de ler... mesmo no além? Será que encontraram a Biblioteca do paraíso de Borges? :)