Pequeno Grande Homem

«A verdadeira história da conquista do Oeste ainda não tinha sido contada quando Thomas Berger resolveu deitar mãos à obra. Publicado em 1964, Pequeno Grande Homem, adaptado ao cinema por Arthur Penn, com Dustin Hoffman no papel principal, causou uma onde de choque de tal modo que o seu autor se viu menosprezado pelas boas consciências, sempre prontas invocarem a Lei, vestindo-a de hipocrisia e mentira histórica. A epopeia da expansão americana nas vastas pradarias e montanhas saldou-se pela extinção de um povo, um modo de vida e uma visão de um mundo. O Pacífico era a meta, mas o rasto de morte juncou o caminho. Não admira que, um século depois, a gesta do Oeste ainda fosse encarada como heróica. (...)
Os episódios da vida lendária de Crabb sublinham outros tantos acontecimentos marcantes dessa história de ganância e sofrimento: massacres, a corrida ao ouro, matança de bisontes, personagens históricas como Calamity Jane, Wild Bill Hickok ou Wyatt Earp, sem esquecer o general Custer e a batalha de Little Big Horn. Aliás, a descrição da derrota do célebre 7º Regimento de Cavalaria é a apoteose do livro. Henry Miller chamou-lhe "épico como uma obra de Twain. Um romance delicioso, louco e abrangente." Não foi o único nos encómios. Updike descreveu-o como "a comédia mais trágica da nossa literatura". Se gosta de aventuras de cowboys e índios, este é o livro. O aroma da liberdade paira em cada página, numa edição profusamente ilustrada com fotografias da época.»
José Guardado Moreira, Revista Ler