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SINOPSE
Porquê escrever um livro com o título «Olá, eu sou um livro»?
Os que me conhecem melhor, suspeitarão que a coisa tem algo de deformação passional e não esconde o meu apego aos gestos filosóficos.
Mais precisamente, este título apontaria para o gesto de provocar o movimento reflexivo dos leitores, de procurar despertar para modos secundários de ver, de tentar introduzir outras perspectivas no olhar, de deixar algumas pistas para pensar.
E, de facto, à medida que se lê este livro, o leitor vê-se enredado não prioritariamente na pequena e simples narrativa que conta a ida da pequena Emília a uma livraria para comprar um livro, mas no universo dos livros e da leitura, como que se de um universo de relações pessoais se tratasse.
A personificação que nesta história se faz do livro da capa de cartão, permite, por um lado, sentir o livro enquanto entidade viva, e, por outro, passar da ideia do livro como objecto, entre tantos outros objectos de manuseamento (um utensílio), a um objecto de consideração, na medida em que carrega o dizer de pessoas e se insere num processo criativo de comunicação humana, com a partilha que isso implica.
De facto, o livro propõe que partilhemos o mundo que ele nos abre.
Assim, a focagem que aqui se faz do livro é o de uma entidade que nos faz imaginar, nos faz viajar, nos leva a pensar, nos abre portas a novos mundos — ainda que para isso seja preciso que nós consigamos transpor essas portas que ele nos abre, numa entrega que requer competências, sensibilidade e disponibilidade, mas que tem também no seu reverso a construção de laços de amizade e de companheirismo, a aquisição de referências, que, porventura, permitirão mais tarde dizer: «— Nunca me esqueci daquele livro em que...».
Por outro lado, a vida de um livro, se bem que ganhe autonomia relativamente aos seus autores, deixado que é às infinitas possibilidades de interpretação, não deixa de ter os autores por detrás dele, como marca singular de humanidade, como legado de criatividade, como obra humana. Representa que alguém se dedicou a fazê-lo e que devemos apreciar o alcance de uma tal dedicação. É o questão de apreço pelo humano.
Mostrei certo dia o livro a uma pessoa amiga, que me disse que tinha gostado, mas que agora tinha piada saber qual a história que estava no livro de capa vermelha de que falo neste livro. De facto, depois de o ter folheado e de ter visto as belas ilustrações nele contidas, esta minha amiga ficou sedenta de uma história, mas a história que encontrou não era propriamente aquela que ela tinha imaginado. Aliás, pareceu-me que para ela nem era propriamente uma história, e, se calhar, ainda menos para crianças.
Mas a minha preocupação era menos a de contar uma história que as crianças gastassem de ouvir, do que a de transmitir aos mais pequenos a ideia de que os livros devem ser bem tratados, que merecem a nossa consideração, e de deixar no ar a suspeita de que nossa relação com os livros pode constituir uma promissora e apetecida aventura. Pelo menos, foi isso que a Emíla sentiu.
Queria, finalmente, fazer uma referência à ilustração do livro.
Primeiro, para vos dizer que foi a ilustração que determinou a forma final deste livro, a sua paginação.
Depois para vos referir que o presente livro nasce da síntese dos dois trabalhos feitos individualmente (o da escrita e o da ilustração) e que, nesse sentido, ele é um verdadeiro trabalho de co-autoria que nasce duma conjunção de sensibilidades.
Por fim, para realçar o talento da ilustradora e a criatividade da ilustração, factores que considero decisivos na dimensão apelativa deste livro e na capacidade de cativar os seus leitores.
Rui Grácio
Os que me conhecem melhor, suspeitarão que a coisa tem algo de deformação passional e não esconde o meu apego aos gestos filosóficos.
Mais precisamente, este título apontaria para o gesto de provocar o movimento reflexivo dos leitores, de procurar despertar para modos secundários de ver, de tentar introduzir outras perspectivas no olhar, de deixar algumas pistas para pensar.
E, de facto, à medida que se lê este livro, o leitor vê-se enredado não prioritariamente na pequena e simples narrativa que conta a ida da pequena Emília a uma livraria para comprar um livro, mas no universo dos livros e da leitura, como que se de um universo de relações pessoais se tratasse.
A personificação que nesta história se faz do livro da capa de cartão, permite, por um lado, sentir o livro enquanto entidade viva, e, por outro, passar da ideia do livro como objecto, entre tantos outros objectos de manuseamento (um utensílio), a um objecto de consideração, na medida em que carrega o dizer de pessoas e se insere num processo criativo de comunicação humana, com a partilha que isso implica.
De facto, o livro propõe que partilhemos o mundo que ele nos abre.
Assim, a focagem que aqui se faz do livro é o de uma entidade que nos faz imaginar, nos faz viajar, nos leva a pensar, nos abre portas a novos mundos — ainda que para isso seja preciso que nós consigamos transpor essas portas que ele nos abre, numa entrega que requer competências, sensibilidade e disponibilidade, mas que tem também no seu reverso a construção de laços de amizade e de companheirismo, a aquisição de referências, que, porventura, permitirão mais tarde dizer: «— Nunca me esqueci daquele livro em que...».
Por outro lado, a vida de um livro, se bem que ganhe autonomia relativamente aos seus autores, deixado que é às infinitas possibilidades de interpretação, não deixa de ter os autores por detrás dele, como marca singular de humanidade, como legado de criatividade, como obra humana. Representa que alguém se dedicou a fazê-lo e que devemos apreciar o alcance de uma tal dedicação. É o questão de apreço pelo humano.
Mostrei certo dia o livro a uma pessoa amiga, que me disse que tinha gostado, mas que agora tinha piada saber qual a história que estava no livro de capa vermelha de que falo neste livro. De facto, depois de o ter folheado e de ter visto as belas ilustrações nele contidas, esta minha amiga ficou sedenta de uma história, mas a história que encontrou não era propriamente aquela que ela tinha imaginado. Aliás, pareceu-me que para ela nem era propriamente uma história, e, se calhar, ainda menos para crianças.
Mas a minha preocupação era menos a de contar uma história que as crianças gastassem de ouvir, do que a de transmitir aos mais pequenos a ideia de que os livros devem ser bem tratados, que merecem a nossa consideração, e de deixar no ar a suspeita de que nossa relação com os livros pode constituir uma promissora e apetecida aventura. Pelo menos, foi isso que a Emíla sentiu.
Queria, finalmente, fazer uma referência à ilustração do livro.
Primeiro, para vos dizer que foi a ilustração que determinou a forma final deste livro, a sua paginação.
Depois para vos referir que o presente livro nasce da síntese dos dois trabalhos feitos individualmente (o da escrita e o da ilustração) e que, nesse sentido, ele é um verdadeiro trabalho de co-autoria que nasce duma conjunção de sensibilidades.
Por fim, para realçar o talento da ilustradora e a criatividade da ilustração, factores que considero decisivos na dimensão apelativa deste livro e na capacidade de cativar os seus leitores.
Rui Grácio
DETALHES
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789896140977 |
Editor: | Grácio Editor |
Data de Lançamento: | novembro de 2008 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 245 x 247 x 7 mm |
Encadernação: | Capa dura |
Páginas: | 40 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Plano Nacional de Leitura > 6-8 anos > Literatura |
EAN: | 9789896140977 |
Idade Mínima Recomendada: | Maiores de 6 |
OPINIÃO DOS LEITORES
Especial
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Um livro com uma magia que nos leva numa viagem pela importância dos livros. Importante para as crianças, mas também para os adultos.
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