O Outro Lado do Espelho
Sentimentos, Vivências, Imaginários - Professores no Lugar do Morto
de Ana Sofia António
Sobre
o LivroExcertos
"No espaço escolar os professores são os protagonistas da mudança. Por constituírem um grupo profissional, não são neutros a todo este processo. Contudo, se por um lado é atribuído aos professores um número crescente de funções, por outro eles são excluídos de uma série de papéis que lhes estavam tradicionalmente concedidos. Compete aos professores a capacidade de aprender a viver com todas estas contradições. No entanto, a percepção de que a mudança traz consigo aspectos negativos, não justifica a presunção que alguns possam ter de diminuir o seu ritmo, o que é, de qualquer forma, inexequível. Aliás, poder-se-á admitir que a única certeza é a existência de mudança.
Falar de vida depois de se questionar a morte e o mal-estar parece ser um contra-senso. Mas esta desproporção é ténue. Abandona-se a metáfora: "lugar(es) do morto", pois as professoras manifestaram o desejo de estarem vivas. A Helena e a Maria mostraram claramente que pretendem tentar a felicidade na profissão que abraçaram, a docência. Até porque o abandono da profissão coincide vulgarmente com uma situação ainda mais incerta e com menos garantias. Assim o(s) Lugar(es) do Morto pode(m) dar origem a novas formas de viver a profissão, difíceis de ver, mas não irrealizáveis. As antigas mostram-se desadequadas aos olhos das três mulheres.
Se repararmos com atenção no que sucede ao condutor e ao sujeito que se senta no lugar do morto num automóvel durante um percurso desconhecido para o condutor, observa-se que este segue normalmente as orientações do seu companheiro de viagem. Este, por sua vez, socorre-se de um mapa para melhor auxiliar o condutor. Repare-se na particularidade da função do indivíduo sentado ao lado do condutor: de lugar do morto ocupa o lugar de co-piloto. Será esse o novo caminho a seguir?
Ambiciona-se, acima de tudo, nesta meta final que as palavras de uma das personagens de Saramago (1998) pertençam ao passado: mas o que penso é que já estamos mortos, estamos cegos porque estamos mortos, ou então, se preferes que diga isto de outra maneira, estamos mortos porque estamos cegos, dá o mesmo (p. 241).
Afinal, o que faz mudar a vida é a maneira como olhamos, com olhos de reparar, para as coisas.
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
Da conclusão
Falar de vida depois de se questionar a morte e o mal-estar parece ser um contra-senso. Mas esta desproporção é ténue. Abandona-se a metáfora: "lugar(es) do morto", pois as professoras manifestaram o desejo de estarem vivas. A Helena e a Maria mostraram claramente que pretendem tentar a felicidade na profissão que abraçaram, a docência. Até porque o abandono da profissão coincide vulgarmente com uma situação ainda mais incerta e com menos garantias. Assim o(s) Lugar(es) do Morto pode(m) dar origem a novas formas de viver a profissão, difíceis de ver, mas não irrealizáveis. As antigas mostram-se desadequadas aos olhos das três mulheres.
Se repararmos com atenção no que sucede ao condutor e ao sujeito que se senta no lugar do morto num automóvel durante um percurso desconhecido para o condutor, observa-se que este segue normalmente as orientações do seu companheiro de viagem. Este, por sua vez, socorre-se de um mapa para melhor auxiliar o condutor. Repare-se na particularidade da função do indivíduo sentado ao lado do condutor: de lugar do morto ocupa o lugar de co-piloto. Será esse o novo caminho a seguir?
Ambiciona-se, acima de tudo, nesta meta final que as palavras de uma das personagens de Saramago (1998) pertençam ao passado: mas o que penso é que já estamos mortos, estamos cegos porque estamos mortos, ou então, se preferes que diga isto de outra maneira, estamos mortos porque estamos cegos, dá o mesmo (p. 241).
Afinal, o que faz mudar a vida é a maneira como olhamos, com olhos de reparar, para as coisas.
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
Da conclusão
"No espaço escolar os professores são os protagonistas da mudança. Por constituírem um grupo profissional, não são neutros a todo este processo. Contudo, se por um lado é atribuído aos professores um número crescente de funções, por outro eles são excluídos de uma série de papéis que lhes estavam tradicionalmente concedidos. Compete aos professores a capacidade de aprender a viver com todas estas contradições. No entanto, a percepção de que a mudança traz consigo aspectos negativos, não justifica a presunção que alguns possam ter de diminuir o seu ritmo, o que é, de qualquer forma, inexequível. Aliás, poder-se-á admitir que a única certeza é a existência de mudança.
Falar de vida depois de se questionar a morte e o mal-estar parece ser um contra-senso. Mas esta desproporção é ténue. Abandona-se a metáfora: "lugar(es) do morto", pois as professoras manifestaram o desejo de estarem vivas. A Helena e a Maria mostraram claramente que pretendem tentar a felicidade na profissão que abraçaram, a docência. Até porque o abandono da profissão coincide vulgarmente com uma situação ainda mais incerta e com menos garantias. Assim o(s) Lugar(es) do Morto pode(m) dar origem a novas formas de viver a profissão, difíceis de ver, mas não irrealizáveis. As antigas mostram-se desadequadas aos olhos das três mulheres.
Se repararmos com atenção no que sucede ao condutor e ao sujeito que se senta no lugar do morto num automóvel durante um percurso desconhecido para o condutor, observa-se que este segue normalmente as orientações do seu companheiro de viagem. Este, por sua vez, socorre-se de um mapa para melhor auxiliar o condutor. Repare-se na particularidade da função do indivíduo sentado ao lado do condutor: de lugar do morto ocupa o lugar de co-piloto. Será esse o novo caminho a seguir?
Ambiciona-se, acima de tudo, nesta meta final que as palavras de uma das personagens de Saramago (1998) pertençam ao passado: mas o que penso é que já estamos mortos, estamos cegos porque estamos mortos, ou então, se preferes que diga isto de outra maneira, estamos mortos porque estamos cegos, dá o mesmo (p. 241).
Afinal, o que faz mudar a vida é a maneira como olhamos, com olhos de reparar, para as coisas.
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
Da conclusão
Falar de vida depois de se questionar a morte e o mal-estar parece ser um contra-senso. Mas esta desproporção é ténue. Abandona-se a metáfora: "lugar(es) do morto", pois as professoras manifestaram o desejo de estarem vivas. A Helena e a Maria mostraram claramente que pretendem tentar a felicidade na profissão que abraçaram, a docência. Até porque o abandono da profissão coincide vulgarmente com uma situação ainda mais incerta e com menos garantias. Assim o(s) Lugar(es) do Morto pode(m) dar origem a novas formas de viver a profissão, difíceis de ver, mas não irrealizáveis. As antigas mostram-se desadequadas aos olhos das três mulheres.
Se repararmos com atenção no que sucede ao condutor e ao sujeito que se senta no lugar do morto num automóvel durante um percurso desconhecido para o condutor, observa-se que este segue normalmente as orientações do seu companheiro de viagem. Este, por sua vez, socorre-se de um mapa para melhor auxiliar o condutor. Repare-se na particularidade da função do indivíduo sentado ao lado do condutor: de lugar do morto ocupa o lugar de co-piloto. Será esse o novo caminho a seguir?
Ambiciona-se, acima de tudo, nesta meta final que as palavras de uma das personagens de Saramago (1998) pertençam ao passado: mas o que penso é que já estamos mortos, estamos cegos porque estamos mortos, ou então, se preferes que diga isto de outra maneira, estamos mortos porque estamos cegos, dá o mesmo (p. 241).
Afinal, o que faz mudar a vida é a maneira como olhamos, com olhos de reparar, para as coisas.
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
Da conclusão
Detalhes
do Produto
O Outro Lado do Espelho
ISBN
9789724137063
Editor:
Edições Asa
Idioma:
Português
Dimensões:
164 x 233 x 9 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
128
Tipo de Produto:
Livro
Classificação Temática:
Livros em Português
> Ensino e Educação
> Psicologia da Educação