O Lyvro de Plantaforma das Fortalezas da Índia

0 erudito estudo com que Rui Carita apresenta o Lyvro de Plantaforma das Fortalezas da Índia aborda toda uma série de complexos problemas respeitantes à figura e à obra de Manuel Godinho de Herédia, nome hoje assaz esquecido na nossa memória histórica. E analisa também, detidamente, o não menos complicado problema das relações da peça ora apresentada com outras bastante mais conhecidas, nomeadamente os livros congéneres de Pedro Barreto de Resende e de António Bocarro, para concluir, embora com prudência, que um dos núcleos que terão servido de base ao trabalho destes últimos seria o constituído pelo Lyvro de Plantaforma, caracterizado como «um dos conjuntos mais completos e importantes existentes em território nacional» das «relações das iniciais armadas, com retratos dos vice-reis e governadores, e das fortalezas e interesses portugueses no vasto Estado da Índia dos finais do século XVI aos meados do século XVII». Para além do interesse dos materiais escritos que encerra, a profusão e beleza iconográfica das estampas afiguram-se de grande importância. Tanto a representação dos lugares e das praças-fortes, como a tipologia dos retratos dos vice-reis se foram consolidando a partir de meados do século XVI, como pode ver-se dos casos mais conhecidos e já publicados, de Gaspar Correia a Lisuarte de Abreu, passando pelo Livro das Armadas e pelo Roteiro do Mar Roxo de D. João de Castro.