O Diário do Meu Pai

Não sou especialista em BD e a minha experiência com os livros desta área é a seguinte: o desenho, o traço do artista tem de complementar a história. E esta última, é para mim, o ponto fulcral do livro. E este livro oferece ao leitor uma história tão rica e poderosa, que não há ninguém que (mesmo não sendo habitual leitor de bandas desenhadas, como eu) não acabe esta leitura com o coração cheio. Um livro sobre o relacionamento entre pais e filhos. Uma história realista. Uma relação nem sempre perfeita, mas com uma ligação eterna. Recomendo muito.

Que maravilha este livro! Yoichi regressa à sua terra natal mais de dez anos depois de a ter deixado, para o funeral do pai. Em criança tinha sido ali muito feliz, mas depois do divórcio e consequente partida da mãe, passou a ser uma criança e um adolescente taciturno, ansioso por deixar tudo para trás. Na noite em que vela o pai, em conversas com familiares, amigos e conhecidos, fica a compreender a aparente austeridade e sisudez do pai, e simultaneamente o amor que este lhe tinha. Um amor transmitido de modo muito próprio que nunca foi correspondido e que só agora, depois da morte, é descoberto. Os desenhos são de uma grande simplicidade, tudo muito limpo, mas tudo carregadíssimo de emoções. Uma excelente novela gráfica e uma grande lição de vida

Este livro merece ser lido e apreciado, até para quem não tem na Banda Desenhada, o hábito de leitura deste género literário.

A maioria das pessoas talvez tenha episódio de grande intensidade na sua infância. Há quem o consiga resolver e há quem se agarre ao trauma e corte com as raizes familiares. É essa bagagem, pesada, que nos traz o livro. É essa bagagem que nos impede de andar LEVE e verdadeiramente livres pela vida. Neste livro temos oportunidade de refletir sobre as nossas próprias vivências. A história e o desenho são de grande sensibilidade e intensidade. Obra que merece ser lida em algum momento da vida.

A dor de enfrentar a morte de um pai. O despertar para uma realidade esquecida por muito tempo. Numa retrospectiva da vida do seu pai, a par com a sua, Yoichi descobre como aos olhos da sua família e dos amigos, o seu pai era uma pessoa bondosa, e não a figura austera que ele tinha vincada na sua memória. E nesse processo descobre o seu próprio egoísmo na forma como evitou a sua família durante toda a sua vida adulta. Um relato fascinante, intimista e sensível, a ilustrar como alguns momentos marcam a nossa vida para sempre.