O Cortiço
de Aluísio Azevedo
«Uma bela noite, porém, o Miranda, que era homem de sangue esperto e orçava então pelos seus trinta e cinco anos, sentiu-se em insuportável estado de lubricidade. Era tarde já e não havia em casa alguma criada que lhe pudesse valer. Lembrou-se da mulher, mas repeliu logo esta ideia com escrupulosa repugnância. Continuava a odiá-la. Entretanto este mesmo facto de obrigação em que ele se colocou de não servir-se dela, a responsabilidade de desprezá-la, como que ainda mais lhe assanhava o desejo da carne, fazendo da esposa infiel um fruto proibido. Afinal, coisa singular, posto que moralmente nada diminuísse a sua repugnância pela perjura, foi ter ao quarto dela.»
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789898443014 |
Editor: | Eucleia Editora |
Data de Lançamento: | outubro de 2010 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 146 x 210 x 26 mm |
Páginas: | 204 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789898443014 |
Muito bom
PH
Fazendo parte da corrente naturalista, este livro é voltado para as "forças naturais do ser humano", os temas são focados para análises comportamentais do homem. Considero de leitura fundamental para entender um pouco melhor como funcionava o Brasil no final do século XIX. O livro é tão bom e elucidativo do ponto de vista social, que, mesmo repleto de dezenas de personagens, o principal é o próprio cenário, no caso o próprio cortiço, onde todos os personagens vivem, se encontram e se desencontram, onde passam as suas tristezas e alegrias. Recomendo vivamente.
Esmagador
Fábio Lopes Ferreira
Uma obra magnífica e de uma realidade crua, onde o sentimento humano é desvalido e comprado pela ilusão do poder e do prestígio. O meio faz o Homem, e o cega quer no meio da pobreza, quer no meio da ambição. Excelente recomendação de um período de mudanças política, social e cultural.
De leitura obrigatória
Carlos Oliveira
Sem qualquer dúvida uma das maiores obras do romance naturalista. Um retrato emicionante da exploração humana e da condição dos habitantantes desvalidos dos cortiços do Rio de Janeiro onde, como enxames, tentavam sobreviver. ´ É igualmente, em contraposição, um olhar sobre a ganância e a ascensão social dos que enriquecem à custa da população miserável.