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O Avesso da Pele

de Jeferson Tenório
Livro eBook
editor: Companhia das Letras, abril de 2021
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Agora que o pai morreu, inesperada e precocemente, Pedro tem pouco mais a que se agarrar senão aos ensinamentos e às memórias deixadas pelo pai, professor de Literatura na rede de ensino público. E homem negro, num país que julga os homens e as mulheres pela cor da pele. Esvaziado pela ausência, Pedro retraça os passos de Henrique nas ruas, procura vestígios seus nos pertences deixados no apartamento. Reduzido por vontade da mãe a uma relação intermitente com o pai, resta a Pedro a possibilidade de reconstruir ou imaginar o passado de Henrique enquanto homem, enquanto pai para, pelo caminho, procurar o entendimento de si próprio. Nesta rota íntima de Pedro, Jeferson Tenório faz uma delicada investigação das relações entre pais e filhos, ao mesmo tempo que esboça um retrato poderoso de um país sulcado pela segregação e pela pobreza, em que muitos não podem mostrar por vezes, nem sentir o seu avesso, esse espaço onde "entre músculos, órgãos e veias existe um lugar só seu, isolado e único".

«Estamos diante de um escritor que, correndo todos os riscos, sabe arquitetar uma boa trama e encantar o leitor. Eu agradeço, a literatura brasileira agradece.»
Paulo Scott

«Uma obra necessária, contundente, que nos humaniza ao mesmo tempo que nos tira qualquer inocência diante da máquina racista que não para de destruir vidas das mais diversas formas.»
Miguel Sanches Neto, Jornal de Letras

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Pais e Filhos

A relação entre pais e filhos é uma das experiências humanas mais abordadas em livros. A literatura, por ser espelho e simulação, tem um papel privilegiado na hora de desenterrar o que é íntimo e dar forma às experiências pessoais que habitam as margens do dizível. Em Acolher, de Claire Keegan, Filho do Pai, de Hugo Gonçalves, A de Açor, de Helen Macdonald, Carta ao Pai, de Franz Kafka, e O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, encontramos diferentes modos de refletir sobre a tensão emocional que atravessa as relações entre pais e filhos. Carta ao Pai, de Franz Kafka Em Carta ao Pai, Franz Kafka oferece-nos uma das missivas mais dolorosas e célebres escritas por um filho a um pai. O texto, que nunca chegou a ser enviado, é uma tentativa de compreender a figura do pai, símbolo de autoridade, opressão e desaprovação. O escritor de A Metamorfose transforma o pai num gigante que anula, que impõe o medo em vez de afeto e que educa pelo castigo e não pelo cuidado. Durante a leitura, apercebemo-nos do constante conflito interno do autor que quer, ao mesmo tempo, a reconciliação, a compreensão e a possibilidade de se perdoar a ele próprio pelas dificuldades que marcaram essa ligação. Mais do que uma má relação entre pai e filho, o livro revela como os afetos mal geridos se transformam em sombras inescapáveis na construção da identidade do sujeito. COMPRO NA WOOK! » Filho do Pai, de Hugo Gonçalves Hugo Gonçalves, em Filho do Pai, inscreve-se numa linha semelhante, mas desloca o foco para a herança emocional e social que um pai deixa ao seu filho. O narrador é confrontado com a morte do pai e, com ela, cresce a necessidade de revisitar um passado cheio de omissões, silêncios e responsabilidades transferidas. Nesta jornada de resgate, percebemos que ser “filho de alguém” é também um processo de desconstrução. É urgente desfazer os nós que nos prendem a experiências que nem sabemos que vivemos. Gonçalves faz da sua prosa um local de arqueologia íntima, onde a masculinidade é posta em causa, o silêncio é tão violento quanto as palavras não ditas, e o luto não é apenas pela pessoa que se perdeu, mas também pelas relações que permaneceram vazias. COMPRO NA WOOK! » Acolher, de Claire Keegan, Já em Acolher, Claire Keegan aborda a questão da parentalidade a partir de dois ângulos muito distintos. A protagonista é uma menina temporariamente deixada ao cuidado de uma família substituta, enquanto a sua família biológica atravessa dificuldades. Durante essa breve temporada junto de um casal que a acolhe como se fosse sua filha, a menina experimenta um afeto até então desconhecido: sente-se ouvida, respeitada, importante. Este livro breve alerta o leitor para o facto de que os laços afetivos vão muito além do mero sangue e que é na presença, nas pequenas ações e na disponibilidade amorosa que se forjam vínculos autênticos. Esquecida e maltratada pelos pais biológicos, é na família de acolhimento que a criança encontra um modelo de afeto que permanecerá para sempre na sua memória emocional. A figura dos pais, neste contexto, torna-se quase espectral (está presente na dor da falta, nas dúvidas, nas ausências), enquanto o amor se manifesta nas mãos que a embalam, nas refeições partilhadas, nas palavras reconfortantes. COMPRO NA WOOK! » A de Açor, de Helen Macdonald A de Açor, de Helen Macdonald, é um livro de memórias que retrata uma jornada de luto e de autoconhecimento. A escritora atravessa a dor causada pela morte do pai, enquanto se relaciona, de forma quase física, com um açor, uma ave de rapina que é, na mesma medida, um espelho do seu luto, um animal selvagem que precisa de ser domado. A presença do pai revela-se fundadora, sendo ele a pessoa que a iniciou na arte da falcoaria, enquanto a sua ausência faz desabar o mundo emocional de Macdonald. O longo processo de treino de um açor transfoma-se numa metáfora do próprio acto de domar a dor e de encontrar, nas garras de um ser feroz, um espaço para o perdão, para a reconstrução de um eu despedaçado, que quer aprender a voar novamente. Entre o instinto, a memória, a dor e o afeto, a narrativa revela que o luto é um lugar de passagem, onde o sujeito se torna capaz de se reinventar. COMPRO NA WOOK! » O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório Em O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, a figura do pai é revisitada por um filho que quer compreender a estrutura racial e social que os separou e, de certa forma, os destruiu. O pai, um professor negro, é vítima da violência policial, e a sua morte é um ponto de viragem na família. A narrativa revela como o racismo atravessa relações pessoais, como corta elos, silencia vozes e condiciona futuros. Tenório fala do Brasil, mas também de um mundo marcado pelas desigualdades. O legado do pai não é apenas afetivo, é também político. O filho reconstrói a memória, como quem remenda uma herança dilacerada pelo silenciamento, pelo preconceito institucional e pelas injustiças que atravessam a família de forma transgeracional. COMPRO NA WOOK! » Nestes livros, os pais não são heróis nem vilões, mas figuras complexas, muitas vezes ausentes ou falhadas, cujos gestos, ou a falta deles, deixam marcas indeléveis na vida dos filhos. O que une estes textos é o desejo de compreender o que significa ser filho: herdar, resistir, perdoar, romper ou dar um nome às experiências que moldaram o desenvolvimento emocional de cada um. Se a literatura é, por definição, um exercício de escuta, talvez estes filhos estejam, na verdade, a criar um novo idioma, uma linguagem que, nos intervalos do silêncio, permite dizer o que ficou por dizer. E essa é, provavelmente, a maior reconquista da palavra.

O Avesso da Pele

de Jeferson Tenório

Propriedade Descrição
ISBN: 9789897841934
Editor: Companhia das Letras
Data de Lançamento: abril de 2021
Idioma: Português
Dimensões: 147 x 230 x 13 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 200
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789897841934

Verdadeiro

Sandra Martins

A história é cativante e o tema muito atual: o racismo, onde são abordadas as relações familiares e sociais, tendo como pano de fundo a morte violenta do pai do protagonista por agentes da policia, apenas por causa da cor da sua pele. É uma história muito comovente onde se evidência o abandono, a impotência e a tristeza perante um sistema social injusto. Recomendo vivamente.

Recomendado

DA

Um livro muito necessário nos dias de hoje, principalmente quando se diz que vivemos num país sem racismo e em que não se percebe que este já está tão enraizado que já nem se vê como sendo uma coisa má. É uma desconstrução necessária ao nosso pensamento.

Excelente a todos os níveis

Gustavo Infante

Para mim, é talvez um dos melhores livros publicados após o início da pandemia de Covid. Uma narrativa escorreita, mas complexa, que se lê de um trago. Tem tanto de lírico como de cru. Apesar de se situar numa realidade brasileira, é extremamente pertinente para a realidade portuguesa, sobretudo da Grande Lisboa e do Grande Porto. Deveria entrar para o Plano Nacional de Leitura. Deveria ser lido por alunos de 11º ou 12º anos.

Uma leitura que nos conduz por uma reflexão envolvente e apaixonante.

Licínia Girão

O que somos enquanto seres humanos? Apenas o espelho do que transmite a cor da nossa pele? As relações humanas são complexas e este é um livro que nos mostra isso, mas quando elas se desenvolvem em torno de uma sociedade que julga homens e mulheres pela cor da pele, então é chegado o tempo de nos questionarmos enquanto pessoas. Que tipo de indivíduos somos ou pretendemos ser. Uma leitura (obrigatória) que nos leva a uma reflexão envolvente e apaixonante.

Impactante!

Quem Me Lera

Em pouco menos de 200 páginas, Jefferson Tenório conseguiu criar uma narrativa impactante, marcada pela escrita intimista e pelas temáticas fulcrais que o autor desconstrói através das personagens. Cada uma delas, nomeadamente, o pai e a mãe do narrador, submerge o leitor em duas realidades que expõem o lado mais visceral do ser humano. Uma história sobre identidade, racismo e relações humanas que nunca me cansarei de recomendar.

Muito bom!

AV

Ao contrário de algumas pessoas queconheço, gosto bastante de ler autores brasileiros. A sinopse deste livro e a opinião de uma amiga convidaram-me a comprá-lo e a lê-lo. Felizmente! Após a sua leitura, fiquei com a sensação de ter tido nas mãos uma excelente obra! Tocante, revoltante, um verdadeiro "murro no estômago" e uma escrita que se absorve e envolve! Gostei muito mesmo!

SOBRE O AUTOR

Jeferson Tenório

Jeferson Tenório nasceu no Rio de Janeiro, em 1977. Radicado em Porto Alegre, é doutorando em Teoria Literária pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Estreou-se na literatura com O beijo na parede (2013), eleito Livro do Ano pela Associação Gaúcha de Escritores. Seguiu-se Estela sem Deus (2018; Companhia das Letras, 2024), romance que lhe trouxe o reconhecimento da crítica e dos leitores. O seu terceiro romance, O avesso da pele (Companhia das Letras, 2021), foi distinguido com o Prémio Jabuti para Melhor Romance, finalista dos prémios Oceanos e São Paulo de Literatura, e está a ser adaptado ao cinema.

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