Nações Unidas

Um actor na resolução dos conflitos

de Pedro Raposo de Medeiros Carvalho

editor: Universidade Lusíada Editora, abril de 2003
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A Organização das Nações Unidas é olhada, num extremo, como o exercício do governo mundial sem governo (idealismo), e por outro lado, como uma prática de futilidade de cooperação entre Estados soberanos (realismo). Como fazer política envolve sempre poder entendido como sinónimo de influência; as Nações Unidas utilizam esse poder conferido pelos Estados para tentar diminuir e apaziguar os conflitos entre os interesses nacionais de cada Estado soberano. As operações de paz são a "ultima ratio" para tentar, senão evitar o inevitável, a guerra, pelo menos resolvê-la.
Partindo do pressuposto de que a guerra é uma presença constante no sistema internacional e que as Nações Unidas são uma organização de Estados, a ideia de uma pacificação do mundo fica desde logo ameaçada. Porquê? Ao contrário do que a maioria do cidadão comum pensa, as NU, tal como todas as outras organizações, são criadas para servir os interesses dos Estados, e não o inverso. Se assim fosse, os Estados não as criariam. E mesmo se isso é possível, não é desejável.
Não pretendemos retirar importância às Nações Unidas no seu contributo inolvidável na resolução dos conflitos, mas também não podemos ser reducionistas ao ponto de olharmos para o edifício da ONU, em Nova Iorque, como sendo a única esperança para o planeta. Talvez seja esse o erro que temos cometido nas últimas décadas. Ao contrário, optamos pelo pragmatismo. Não estamos com isto a dizer que as Nações Unidas devem tornar-se pragmáticas. Elas devem continuar a ser neutrais, imparciais e consensuais. Não se deve esperar demasiado das Nações Unidas pois elas são formadas pelos Estados e, como tal, são o espelho da realidade internacional.
A salvação da humanidade passa pelas Nações Unidas, sem dúvida. Olhemos para trás. A paz, hoje, não se confina somente à solução das guerras. Passa também pelo progresso e desenvolvimento sustentado. Passa igualmente, por cada indivíduo, grupo, associação, organização, governos e Estados darem a importância que cada actor merece e que pode dar para se alcançar a paz no Mundo. Por último, são as Nações Unidas que dão a legitimidade às acções dos indivíduos. Por isso é que os Estados dão o seu consentimento para que a organização "tome as rédeas" da administração dos seus países, como se viu em El Salvador ou no Camboja. Porquê? É considerada a mais capaz para o fazer. E, por vezes, quando os Estados não conseguem, as Nações Unidas são forçadas a impôr essa paz, delegando ou não a tarefa num Estado ou num grupo de Estados, como se viu com a NATO na Bósnia.
As Nações Unidas são, assim, um dos actores necessários, mas não os únicos. Por outro lado, também não podemos ser desconstrutivsitas e acusar a ONU de, até hoje, não ter conseguido resolver pelo menos metade dos conflitos que ocorreram desde 1945 a 1997, no sistema internacional. As Nações Unidas não constituem a única instituição que pratica a diplomacia como forma de resolução dos conflitos, até porque, geralmente, os Estados preferem a diplomacia bilateral, ao invés da diplomacia multilateral. É a sua escolha e estão no seu direito.
(Pedro Raposo de Medeiros Carvalho)

I. As Nações Unidas e o sistema internacional
1. As Nações Unidas no sistema internacional
2. Conflitos: conceitos, tipologia e aproximação morfológica
3. As Nações Unidas e o sistema de segurança colectivo
II. Chipre
III. El Salvador
IV. Camboja
V. Angola
VI. Antiga Jugoslávia
VII. Conclusões finais

Nações Unidas

Um actor na resolução dos conflitos

de Pedro Raposo de Medeiros Carvalho

Propriedade Descrição
ISBN: 9789728397302
Editor: Universidade Lusíada Editora
Data de Lançamento: abril de 2003
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 230 x 20 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 298
Tipo de produto: Livro
Coleção: Teses
Classificação temática: Livros em Português > Política > Política Internacional
EAN: 9789728397302
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável