Histórias Alentejanas
Uma viagem ao passado
de Natalina Guerreiro
Sobre
o LivroNos anos 60, época de despotismo, as dificuldades para as gentes de menores recursos, imperavam em todo o Portugal, o Alentejo não foi excepção, pelo contrário! A terra era trabalhada manualmente e o povo explorado, dominava o latifúndio a que só um tinha acesso; o senhor, o patrão. As necessidades básicas eram desconhecidas, as gentes viviam com o pouco que tinham. A censura era proibida e punida, açoites ou até prisão, se a faziam reuniam-se à porta fechada e onde os homens apenas participavam. As crianças ocupavam-se em brincadeiras criadas pela sua imaginação, brincavam na rua depois das obrigações e dos afazeres escolares.
Não se importavam com o que tinham e o que não tinham, se não possuíam ténis faziam rolar a bola de trapos com pés descalços, se não usufruíam de bonecas, qualquer coisa servia para fantasiar, satisfazia-as o facto de ter um trapo para a aconchegar, se queriam tomar banho tinham de acarretar a água e assim se aprendia o valor de cada bem. Eu fui mais uma dessas crianças inocentes, mas obedientes e respeitadores valores que eram incutidos, embora muitas vezes pela força. Embora todas as restrições e limitações impostas pela sociedade, foi uma infância com muita, mas muita gargalhada e hoje passados os anos, penso que foi mesmo felicidade.