Do Portugal de Antigo Regime ao Portugal Oitocentista

Os artigos que compõem esta colectânea foram reproduzidos no seu texto original. Pareceu-nos todavia útil acrescentar algumas notas. É evidente que não bastavam umas quantas referências, feitas no decurso de uma exposição primitivamente oral. Mas, sobretudo, devíamos assinalar ao leitor que o estado dos problemas tinha evoluído desde a altura em que escrevemos. Ainda que estes complementos sejam finalmente limitados, representando em suma um mínimo, atribuímos-lhes muita importância. Com efeito, não ignoramos que desde há cerca de vinte anos a historiografia portuguesa da época contemporânea, apesar de obstáculos - relativamente aos quais não vale a pena insistir, realizou notáveis progressos.
Que seja permitido a um estrangeiro, habituado todavia às complicações que a investigação relativa ao período mais recente encontra no seu próprio país, mostrar o seu espanto perante o atraso português. Na verdade, compreendemos mal as hesitações da escola portuguesa quando vemos a vitalidade da escola espanhola neste domínio. Nem por isso deixa de ser certo que, lentamente, dificilmente, a história contemporânea de Portugal caminha.