Dicionário Infernal

de Collin de Plancy

editor: Cavalo de Ferro, abril de 2003
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JUNG: outrora o demónio era projectado para fora; hoje, graças à sua inteligência, o homem já não acredita nele e retem-no dentro de si.
APOCALIPSE IX-6: Nesses tempos os homens procurarão a morte e não a encontrarão; desejaram morrer e a morte fugirá para longe deles.
FREUD: É evidente que o Diabo não é mais do que a incarnação das pulsões anais eróticas recalcadas.
GOETHE: Eu sou aquele espírito que nega. A essa Força eu pertenço. Que sempre faz o Mal mas só o Bem alcança.
LES ÉTUDES CARMÉLITAINES: O Maligno ajuda maravilhosamente a malícia humana.
D.A.F. SADE: Quero que deixes eternamente de existir para que eu possa eternamente perder-te, eternamente destruir-te.
MEFISTÓFLES: Pediria ao Diabo que me levasse imediatamente. Apenas acontece ser eu ele.
Excertos do LIMINAR (selecção de Ana Hatherly)

Desde que Collin de Plancy empreendeu a imponente tarefa de erguer este monumento a tudo quanto há de mais baixo, malévolo e invulgar na história das mentalidades, é de admirar que ainda hoje haja quem, estranhamente, tenha prazer na leitura deste misto de peças fantásticas, histórias inacreditáveis, enfim, de um chorrilho de mentiras que constituem mais um romance do que um dicionário que se preze.

Se alguém resolver perder o seu tempo a ler este texto inqualificável, se alguém se quiser esquecer que o principal motivo de De Plancy foi fazer dinheiro, só correrá o risco de rir da credulidade da espécie humana, de uma humanidade que historicamente está próxima de nós ou, caso seja ainda um espécime dessa raça crédula, poderá ficar apavorado por histórias que o autor afirma serem verdadeiras, mas que foram inventadas sob a tortura da Inquisição, de documentos e testemunhos cuja veracidade é indubitável mas cujos autores, também indubitavelmente, deveriam estar internados num asilo de alienados.

Um enigma completo é o de saber como é que um editor se atreveu a trazer este obscuro documento, que jazia no fundo da memória de um qualquer bibliotecário perverso, novamente à luz do dia à qual nunca lhe foi destinada. Outro é o da razão que levou uma poetisa de créditos e valor firmados a empreender esta insólita tradução...

Que cada leitor faça o seu juízo.

***

DICIONÁRIO INFERNAL OU BIBLIOTECA UNIVERSAL acerca das obras, das personagens, dos livros, dos factos e das coisas que dizem respeito às aparições, à magia, ao comércio com o inferno, às adivinhações, às ciências secretas, aos grimórios, aos prodígios, aos erros e aos preconceitos, às tradições e aos contos populares, às superstições diversas e geralmente a todas as crenças maravilhosas, surpreendentes, misteriosas e sobrenaturais...

Ficção? Ensaio? História? Quaisquer que tenham sido as reais motivações de Collin de Plancy ao escrever a sua obra, hoje, passados cerca de dois séculos desde a sua publicação, esta pode ser lida como uma reflexão sobre o Homem, as suas crenças e suas instituições, ou simplesmente como uma extraordinária compilação de histórias fantásticas enriquecida pela excelente tradução e prefácio da poetisa Ana Hatherly

"Uma das leituras do ano"
Imma Turbau, in Milfolhas/Público

Dicionário Infernal

de Collin de Plancy

Propriedade Descrição
ISBN: 9789728791001
Editor: Cavalo de Ferro
Data de Lançamento: abril de 2003
Idioma: Português
Dimensões: 128 x 208 x 46 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 418
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789728791001
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
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