Deus

Entrevista a Neale Donald Walsch

Há 22 anos, quando pensou em editar pela primeira vez um livro, a sua proposta foi recusada por algumas editoras. Trinta livros depois, Neale Donald Walsh é um autor bestseller. Como é que isso o faz sentir?
Não penso em mim como um autor bestseller. Vejo-me como um mensageiro. Acredito que todos nós estamos a ter conversas com Deus a toda a hora. Simplesmente não lhe chamamos conversas, damos-lhe um nome diferente. Às vezes, chamamos-lhe intuição feminina; outras vezes, dizemos que são momentos de inspiração; outras, epifanias. O que quer que lhes chamemos, elas são uma e a mesma coisa. São ideias, palavras, imagens e sentimentos que recebemos da maior fonte de sabedoria que reside dentro de nós. Relativamente à forma como me sinto por estar a passar por isto, sinto-me humilde e profundamente grato por ter tido a oportunidade de participar num momento que produziu material aparentemente tão útil e com tanto significado para tantas pessoas. Neale Donald Walsch Escrever: cansa ou dá energia?
Sinto-me enormemente energizado pela escrita, porque sei, pelo feedback que tenho recebido, que a minha escrita tem ajudado muitas pessoas e é impossível não me sentir bem com isso. Quando me sinto bem em relação a algo, sinto-me cheio de energia.

Alguns escritores têm uma musa, mas o Neale resolver chamar a sua musa de Deus. Como começou a sua conversa com Deus?
Há 20 anos atingi um ponto da minha vida em que estava em profundo desespero. Tudo estava a desmoronar-se à minha volta. Uma noite acordei às 4h23 e ouvi uma voz. Era um tempo da minha vida em que me sentia repleto de dúvidas: O que é preciso para que a vida corra bem? O que é que eu fiz para merecer uma vida tão difícil? Quais são as regras? Eu jogo, prometo, mas deem-me as regras! A voz que eu ouvi disse: “Queres mesmo as respostas para todas essas perguntas ou estás só a refilar?” Quando admiti, dentro de mim, que queria as respostas, elas começaram a vir ter comigo através de uma voz que se movia dentro da minha cabeça. Soava-me a uma voz sem voz – aquilo a que eu chamo o som dos nossos próprios pensamentos. Comecei a anotar tudo o que “ouvia” desta maneira e o que eu estava a ouvir começou a levantar outras questões. Então anotei também essas questões, e recebi respostas ainda antes de conseguir terminar de escrever a questão.
Este foi o processo – pergunta-resposta, pergunta-resposta, pela madrugada dentro e também durante os dias seguintes. Fui acordado a meio da noite durante muitas semanas. E acabei por enviar o que essa voz me deu a mim a uma editora que, para minha surpresa, decidiu editar o livro. O resto, como eles dizem, é publishing history.

Quais são as desvantagens de comunicar com Deus?
Não me recordo de nenhuma.

Acredita que estamos a atravessar um período em que temos de redefinir o que significa ser humano?
Não creio que “temos” de fazer algo, no sentido de isso nos ser exigido. Mas acredito que iria fazer-nos bem, enquanto espécie, tomar uma decisão relativamente a quem somos, onde estamos, por que estamos onde estamos, e se temos oportunidade de fazer algo em relação a isso.

Qual é a mensagem mais importante do seu livro Quando Deus e a Medicina se encontram?
Quando o médico decidir que não é necessário existir uma separação entre as práticas da medicina moderna e as mais elevadas verdades espirituais do universo, os milagres da cura irão começar a acontecer.

Lê críticas sobre os seus livros? Como lida com as más e com as boas críticas?
Raramente leio críticas sobre os livros da séria Conversas com Deus. Há muito tempo, espreitei algo que me surgiu na internet, mas é muito raro. Se a ocasional crítica é boa, sinto-me bem em relação a isso. Se é uma má crítica, simplesmente encolho os ombros e não faço disso mais do que é. Não estou emocionalmente ligado ao que a opinião pública sente relativamente aos livros das Conversas com Deus.

Se tivesse um superpoder, qual seria?
O poder de amar toda a gente, o tempo todo, sem quaisquer condicionalismos.

Esconde mensagens secretas nos seus livros que apenas alguns leitores acabam por descobrir?
Não. Os livros da série Conversas com Deus partilham uma mensagem que encoraja total transparência.

Na sua opinião, uma pessoa que não seja muito emocional pode vir a ser um escritor?
Claro que sim. Milhares de professores provaram isso uma centena de vezes ao longo dos anos.

Quanto tempo, em média, demora a escrever um livro?
Os últimos cinco ou seis livros levaram entre três a seis semanas a ser terminados. Quando escrevo, trabalho de manhã à noite: 4h30 ou 5h00 até às 21h00 ou 22h00. Apenas paro para comer algo rápido.

Sabemos que está envolvido em projetos como a Humanity’s Team e uma organização não governamental chamada ‘ReCreation Foundation, Inc’. Pode falar-nos um pouco mais sobre esses projetos?
Humanity’s Team é uma organização não governamental que eu co-fundei e que agora tem capítulos em cerca de 200 países. O seu objetivo é espalhar a mensagem da nossa união com todos os seres vivos e, simultaneamente, encorajar e demonstrar a aplicação desse entendimento no dia a dia das pessoas e das comunidades à volta do mundo.
The Recreation Foundation é uma organização educacional sem fins lucrativos que se dedica a impulsionar o crescimento pessoal e o desenvolvimento espiritual das pessoas de todo o mundo através da propagação de mensagens da série Conversas com Deus.

Quais são os seus projetos atuais?
Criei uma plataforma na Internet que me permite interagir num nível mais pessoal com pessoas de todo o mundo que querem saber mais sobre as mensagens das Conversas com Deus e o seu significado. A plataforma chama-se CWGConnect.com, e oferece um extraordinário conjunto de recursos - em formato escrito, áudio e vídeo – que permite à pessoa estudar, analisar e absorver o material nesta espiritualmente revolucionária série de livros.
Há um espaço especial neste site para as pessoas que aceitaram o convite que foi feito a todos os leitores de Conversas com Deus – livro 4. Este livro identifica especificamente 16 diferenças entre o comportamento de uma espécie desperta e membros da raça humana que ainda vivem num estado de desatenção. Esse livro convida todos os que estão a ler o texto de autoseleção a estar entre aqueles que estão comprometidos a ultrapassar a sua própria evolução pessoal através da demonstração de comportamentos que despertam as outras pessoas.
Estas são as duas coisas em que estou interessado e focado neste momento.