Casa Havaneza

140 anos à esquina do Chiado

editor: Dom Quixote, abril de 2004
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"Profusamente ilustrado com imagens da Havaneza e das sucessivas gerações que a 'frequentaram' ou de qualquer modo a ela estão ligados, assim como da (e à) zona em que se insere, a obra acaba por ser, em simultâneo, uma história do Chiado e de uma certa Lisboa, desde meados do século XIX ao pós-25 de Abril."
Jornal de Letras, Janeiro de 2005

«Candeeiros a gás iluminam as artérias do coração de Lisboa. Os dias de chuva trazem o lamaçal, os dias de vento carregam as poeiras. E pelas noites gatunos encarapuçados aliviam as suas vítimas do peso da carteira, ou da vida. É também de noite que mais se ouve o ladrar de centenas de animais proclamando alto e bom som o seu estatuto de cães vadios. É assim o Chiado, quando os ponteiros do tempo se quedam por estes meados do século XIX. Garantem os cronistas, o local é ainda, como foi nos séculos anteriores, a mais popular, concorrida e elegante zona da capital. Elegante, mesmo que a palavra pareça desajustada numa época em que faltam as infra-estruturas que dão qualidade à vida. Porque neste ano de 1850, apesar da ausência de electricidade, da falta de saneamento básico, da lentidão dos transportes e do mau estado das ruas, há quem cultive as boas maneiras, cuide do físico e da farpela. Talvez porque o espartilho, como o chapéu ou a bengala com castão de prata, já foram inventados e ainda não se fez luz na cabeça do senhor Edison.
Podem amanhã os homens das ciências criar o computador, seja IBM ou Macintosh, e fazê-lo entrar no rol das coisas indispensáveis. Mas hoje, entre as muitas coisas que se não dispensam, e dão qualidade à vida, pontificam a elegância da pena de pato e a dinâmica do aparo.
Parece estar escrito que a partir desta segunda metade do século XIX, e pelos anos fora, ninguém resistirá à atracção do Chiado, com os seus palacetes, hotéis, livrarias, pastelarias, cafés, armazéns, lojas de moda. Do visconde ao mendigo-filósofo, das costureirinhas aos funcionários públicos, dos escritores aos políticos, dos remediados aos mais abastados, todos farão o mesmo percurso: é vê-los subir do Terreiro do Paço, demandarem o Largo das Duas Igrejas e disputarem o prazer de uns momentos à esquina da Casa Havaneza."

«Candeeiros a gás iluminam as artérias do coração de Lisboa. Os dias de chuva trazem o lamaçal, os dias de vento carregam as poeiras. E pelas noites gatunos encarapuçados aliviam as suas vítimas do peso da carteira, ou da vida. É também de noite que mais se ouve o ladrar de centenas de animais proclamando alto e bom som o seu estatuto de cães vadios. É assim o Chiado, quando os ponteiros do tempo se quedam por estes meados do século XIX. Garantem os cronistas, o local é ainda, como foi nos séculos anteriores, a mais popular, concorrida e elegante zona da capital. Elegante, mesmo que a palavra pareça desajustada numa época em que faltam as infra-estruturas que dão qualidade à vida. Porque neste ano de 1850, apesar da ausência de electricidade, da falta de saneamento básico, da lentidão dos transportes e do mau estado das ruas, há quem cultive as boas maneiras, cuide do físico e da farpela. Talvez porque o espartilho, como o chapéu ou a bengala com castão de prata, já foram inventados e ainda não se fez luz na cabeça do senhor Edison.
Podem amanhã os homens das ciências criar o computador, seja IBM ou Macintosh, e fazê-lo entrar no rol das coisas indispensáveis. Mas hoje, entre as muitas coisas que se não dispensam, e dão qualidade à vida, pontificam a elegância da pena de pato e a dinâmica do aparo.
Parece estar escrito que a partir desta segunda metade do século XIX, e pelos anos fora, ninguém resistirá à atracção do Chiado, com os seus palacetes, hotéis, livrarias, pastelarias, cafés, armazéns, lojas de moda. Do visconde ao mendigo-filósofo, das costureirinhas aos funcionários públicos, dos escritores aos políticos, dos remediados aos mais abastados, todos farão o mesmo percurso: é vê-los subir do Terreiro do Paço, demandarem o Largo das Duas Igrejas e disputarem o prazer de uns momentos à esquina da Casa Havaneza."

Casa Havaneza

140 anos à esquina do Chiado

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722027939
Editor: Dom Quixote
Data de Lançamento: abril de 2004
Idioma: Português
Dimensões: 248 x 288 x 16 mm
Encadernação: Capa dura
Páginas: 246
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > História > História de Portugal
EAN: 9789722027939
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
Camilo Epistolar

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