Cadernos do Subterrâneo

de Fiódor Dostoiévski

editor: Assírio & Alvim, outubro de 2007
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Pelo tom agreste, pelas cores sombrias até à repulsa, pela tensão quase raivosa das situações e da linguagem (aliás despojada dos floreios elegantes com que muitas traduções insistem em ornamentar os textos do autor) este Cadernos do Subterrâneo é «puro» Dostoiévski. Publicado em 1864 numa revista, este livro já prefigura as obras ditas maiores do autor, sendo por isso considerado um texto fundamental para a compreensão da obra de Dostoiévski. O livro tem duas partes: a primeira é um longo e violento monólogo (os «Cadernos»), em que o autor humilhado se humilha ainda mais, até à degradação; a segunda põe o herói em acção, ilustrando o confronto do seu ego degradado com as franjas da sociedade que vai encontrando. O «guincho ignóbil» (como disse Gorki) a que desceu este herói do nosso tempo é também a voz - embora guinchada e repulsiva - que passa por toda a obra de Dostoiévski: a da afirmação do direito à liberdade do indivíduo, seja quais forem os contornos que assuma.

Cadernos do Subterrâneo

de Fiódor Dostoiévski

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-37-1265-0
Editor: Assírio & Alvim
Data de Lançamento: outubro de 2007
Idioma: Português
Dimensões: 120 x 189 x 10 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 192
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789723712650
e e e e e

Crítica à sociedade, à filosofia e ao romantismo

T.R.

Fiódor Dostoiévski é considerado um dos escritores clássicos da História, e este livro demonstra que o título não é casual. Um excelente ensaio dividido em duas partes sobre a natureza humana. Fiódor Dostoiévski expõe a forma como se encontrava desiludido com a sociedade de então, e coloca em questão os princípios filosóficos do nihilismo que, na época, se levantavam. Excelente leitura.

e e e e e

Excepcional...

http://entrelinhaseversos7.blogspot.pt/2014/12/introducao.html

Este livro é excepcional mas dado o seu autor, não se espera mais nada... Faz-nos questionar a raça humana e a sentir mesmo por ela, nojo... Para qualquer fã do existencialismo este livro é uma leitura obrigatória... Mesmo apesar das suas poucas páginas, ele está carregado de filosofia... Não percam tempo para ler este livro... Absolutamente Genial...

e e e e E

Nu e cru!

C. Marques

Dostoiévski em todos os livros, coloca sempre uma grande carga filosófica. Este não é excepção. Arrisco-me a dizer que talvez seja o mais filosófico de todos. Neste encontramos um homem solitário, indesejado por todos, sem amigos, vivendo num "subterrâneo" de mesquinhez, solidão e sordidez, pondo a nu as piores características que um homem pode ter.

e e e e E

Ensaio sobre o Grotesco Humano

José Vieira

O mórbido, a maldade, a inveja, a injustiça e o pecado como súmula parecem ser os temas centrais desta pequena narrativa. É interessante realçar que estes aspectos constituem a caracterização de um sujeito que se parece aproximar daquele que encontramos em "As Flores do Mal" ou "O Spleen de Paris", de Charles Baudelaire. (Não por acaso Dostoievski era um leitor ávido de literatura francesa.). Ao mesmo tempo que nos deparamos com alguns laivos daquilo que será a filosofia existencialista, ainda que apoiada num completo desconcerto da sociedade, do homem e do mundo, este livro de Dostoievski demonstra a tensão entre o génio literário e filosófico de um dos maiores autores da literatura universal. Nestas páginas não interessam as classes sociais e os seus hábitos, tendo em conta que tudo isso é um puro acto de hipocrisia humana que esconde toda a nossa barbárie. Ler "Cadernos do Subterrâneo", é, sem dúvida, ler um ensaio sobre o grotesco humano.

e e e e E

Sem mácula

Vasco Filipe Pereira Rodrigues

Uma leitura rápida que poderá desiludir o "ocasional" fã de Dostoievski, mas não irá certamente deixar indiferentes os fãs da filosofia existencialista, ainda que não sejam fiéis leitores do Autor.

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O Subterrâneo de cada Homem

Paula Alexandra da Silva Encarnação Raposo

Clássico marcado pela impenetrabilidade do tempo em seu seio assume uma notória importância pela carácter dimensional que retrata - o conspurco do espírito do Homem em pretensioso repugnar da dor e do mundo sensível, como Platão em seus escritos preconizou. O depaupero do génio do Homem, a insensatez do espírito despido e desnutrido.É um livro e tanto, aconselho-o vivamente a todo e qualquer leitor que goste de se sentir confundido com a realidade e o abstraccionismo sensível de padecer de uma verosimilhança intelígivel.

Fiódor Dostoiévski

Fiódor Dostoiévski ( Moscovo, 11.11.1821 - S. Petersburgo, 09.02.1881) foi um dos grandes percursores, como Emily Brontë, da mais moderna forma do romance, exemplificada em Marcel Proust, James Joyce, Virgina Woolf entre outros. Filho de um médico militar, aos 15 anos é enviado para a Escola Militar de Engenharia. de S. Petersburgo. Aí lhe desperta a vocação literária, ao entrar em contacto com outros escritores russos e com a obra de Byron, Vítor Hugo e Shakespeare. Terminado o curso de engenharia, dedica-se a fazer traduções para ganhar a vida e estreia-se em 1846 com o seu primeiro romance, Gente Pobre. Após mais umas tentavivas literárias, foi condenado à morte em 1849, por implicação numa suspeita conjura revolucionária. No entanto, a pena foi-lhe comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Durante os seus anos de degredo teve uma vida interior de caráter místico, por ter sido forçado a conviver com a dura realidade russa, o que também o levou a familiarizar-se com as profundezas insuspeitas da alma do povo russo. Amnistiado em 1855, reassumiu a atividade literária e em 1866, com Crime e Castigo, marca a ruptura com os liberais e radicais a que tinha sido conotado. As obras de Dostoiévski atingem um relevo máximo pela análise psicológica, sobretudo das condições mórbidas, e pela completa identificação imaginativa do autor com as degradadas personagens a que deu vida, não tendo, por esse prisma, rival na literatura mundial. A exatidão e valor científico dos seus retratos é atestada pelos grandes criminalistas russos. Neste grande novelista, o desejo de sofrer traz como consequência a busca e a aceitação do castigo e a conceção da pena como redentora por meio da dor.

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