As Pombinhas do Sr. Leitão
de Miguel Rocha
Sobre
o Livro
Sinopse
Prémio Especial Revelação no Festival da Amadora em 1999.
Livro que remete o leitor para o período cinzento característico do salazarismo.
Opinião
dos leitoresDetalhes
do Produto
As Pombinhas do Sr. Leitão
ISBN
9789728515102
Editor:
Edições Polvo
Idioma:
Português
Dimensões:
228 x 310 x 4 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
48
Tipo de Produto:
Livro
Coleção:
Alboom
Classificação Temática:
Livros em Português
> Banda Desenhada
> Histórica
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Este álbum de banda desenhada, a terceira obra publicada de Miguel Rocha, marca a afinação e apropriação definitiva do pastel por parte do autor como meio expressivo de comunicação.Tal é bem patente na manipulação das tonalidades variadas, transversalmente pautadas por um "acinzentado" geral, que transmite com sucesso a atmosfera salazarista na qual a história se desenrola. "O período cinzento característico do salazarismo" descrito na sinopse geral desta página é capturado com mestria pelo autor, as frases, as expressões, combinadas com a porta de grades rendilhadas que todos conhecemos, a senhora à janela, a roupa estendida, marcas de uma "localidade" que Miguel Rocha entrelaça com as duplicidades da sua gente, imersas pela sombra do regime, cujo peso atomsférico é equilibrado com o recurso à caricatura visual por parte do autor, sem correr o perigo de descaracterização. Do prefácio: "Não se trata de modo algum de um lugar suspeito, minha filha, mas também não se pode dizer que seja residência de pessoas honestas...". Miguel Rocha compreende a época e comunica-a como ninguém. O desenho e a narração não são escravos da ditadura do quadradinho - a história agradece. O lintel e rodapé desenhados por golpes únicos de pastel,a textura do material e a presença constante do "acinzentado" definem uma atmosfera que ganha, por contraste, o seu completo impacto para um último capítulo em forma de epílogo. A expressão tonal é agudizada, os laranjas agressivos combinam com os azuis acentuados.Surge-nos um calor que o autor nos consegue transmitir que anunciaria a sua obra seguinte: "Março". E compreendemos então aquilo que Miguel Rocha sempre soube: a paleta é a mesma, apenas muda a luz que nela incide. E é essa luz, tão portuguesa, que Miguel Richa transmite como ninguém no meio da banda desenhada.É com prazer que através das suas obras verifico a existência de trabalhos de elevadíssima qualidade no panorama português actual, elevando na minha opinião o autor não só a melhor autor português de banda desenhada, como igualmente um dos melhores a nível internacional. Que outros portugueses o sigam, e que a divulgação da sua obra não se esgote por este tipo de reedições. Mais do que necessária, é muito mais ainda merecida. Altamente recomendado.