A Vida é Sonho

Os Álvares são os numerosos irmãos de uma família aristocrática e provinciana que graças a casamentos e alianças é um pouco menos decadente que os seus pares; Miguel, o terceiro em idade, está obsecado com o que lhe parece ser a falta de sentido na sua vida e, não obstante uma reputação de frivolidade e a prática de uma boémia provinciana, vive angustiado.

De todas as pessoas e coisas que conhecia, rapidamente se decepcionava, esperando vagamente a chegada da mulher ideal que lhe traria finalmente a paz e felicidade por que ansiava; julgando tê-la encontrado em Graça, casa-se, mas ao breve romance segue-se o desapontamento e o regresso à vida de sempre.

A revolução de 1974 leva-o até Espanha, onde é recebido num meio campero e elegante, que o impressiona pela despreocupação e alegria de viver. É aí que conhece Quica, uma rapariga que julga ser de facto a mulher da sua vida. Decidido, regressa a Portugal, disposto a rom-per com o seu casamento e recomeçar a sua vida. Mas é longo e cheio de reflexões o caminho entre Sevilha e a sua casa.

Uma bela e envolvente história sobre a natureza humana, a decadência, a Sociedade; da narrativa fazem parte um grande número de personagens, umas simples figurantes, outras decisivas no desenrolar dos acontecimentos, cujo protagonismo, ou ausência dele, não é determinante do detalhe com que são descritas e pintadas; "A Vida é Sonho" constitui um romance que é também, eminentemente, uma galeria de retratos, de tipos sociais.