A Luz da Noite, O Som do Mundo Livro
de Luís de Miranda Rocha
Sobre
o LivroNuma tentativa de compreender o imaginário do canto grave de A Luz da Noite, o Som do Mundo, canto (fala, voz) que recusa as amenidades, as harmonias eufónicas, mas também a sua tradução semântica, ocorre que nele se alude, de um modo muito subtil (quase como uma natural decorrência da selecção dos significantes verbais), a um mundo em que não há lugar para a harmonia, para a unidade." E, mais à frente: "Nestes tempos pós-modernos da literatura, não parece interessar muito a tematização de uma epopeia do negativo, ao menos nos termos em que sobre ela reflectiu Eduardo Lourenço (em 1971): ‘O espírito da Modernidade é o de uma epopeia do Negativo, o que não quer dizer, ao menos para nós, uma negativa epopeia.’ Decorrido esse lapso temporal é interessante verificar que ainda há poetas que escrevem para o futuro, alheios à vaga da leveza do discurso que, em muitos casos, não alcança senão retratos do real e as mais diversas formas de envolvência do sujeito.