A Filha do Regedor
de Andrea Vitali
Sobre
o LivroUm romance satírico sobre o quotidiano de um dos períodos mais conturbados da História de Itália.
1931. Enquanto a Itália dá os primeiros passos no fascismo, uma pequena cidade situada nas margens do lago de Como está em polvorosa.
Agostino Meccia, o regedor de Bellano, está determinado a implementar na localidade um projeto ambicioso: uma linha de hidroaviões que ligará Como, Lugano e Bellano. O empreendimento dará prestígio à sua administração, atrairá uma multidão de turistas e fará a inveja dos municípios vizinhos. Uma ideia brilhante... não fosse um problema de tesouraria. Porém, contra todas as contestações, Agostino Meccia não se coíbe de exercer o seu poder totalitário, recorrendo aos fundos reservados do município para levar os seus planos avante. Tudo parece estar a correr-lhe de feição, até que as complicações começam a surgir...
Por outro lado, a súbita paixão entre a sua filha, a jovem Renata, e Vittorio, o filho do padeiro Barbieri, ameaça trazer a lume um segredo que porá em causa a honra de ambas as famílias.
Entre escândalos e intrigas, paixões e fraquezas, Andrea Vitali faz desfilar diante do leitor uma miríade de personagens de opereta que compõem este retrato picaresco e absorvente da Itália dos anos 30.
Prémio Bancarella 2006
Conta-nos as peripécias , encontros e desencontros vividos numa vila situada junto ao lago Como - Itália. Irónico e divertido. Para ler , descontraidamente , nas férias.
Gostei da história, gostei dos personagens e do desenvolvimento da mesma. Tem uma leitura fácil, não chata.
Esta obra é a única publicada, até ao momento, em Portugal, mas, Andrea Vitali é um escritor com muitos títulos saídos do prelo e alguns prémios no registo. Daí a minha tentação em pegar na obra. Não saí defraudada com esta leitura. Como médico que é, digamos que o texto que Vitali escreveu é como que uma tomada de pulso do viver quotidiano da população de uma pequena localidade italiana, que ele conhece bem, porque tem aí as suas raízes e vivências. É sobre Bellano, uma comuna da região da Lombardia, situada na margem oriental do lago Como, que escreve em “A filha do regedor”. Diante de nós, desfilam estórias diversas e entrelaçadas, protagonizadas por pessoas comuns que, num meio pequeno, sempre confraternizaram e se conhecem bem. A ação situa-se nos anos trinta do século passado, em plena ascensão e domínio do poder fascista de Mussolini. A narrativa gira à volta de dois polos de interesse. Trata-se de um retrato de época e a novidade, para mim, centrou-se no tipo de escrita com que se escrevem capítulos muito breves. A leitura torna-se muito rápida e o livro esgota-se, sem que nos demos conta. O escritor insere comentários e observações de humor e ironia, tornando a leitura agradável e interessante, leve e divertida; algo melancólica também, sobre um mundo que, com os seus defeitos e virtudes, não volta mais.
Apesar de ter mais de 300 páginas é um livro que se lê num ápice, pelos capítulos curtos, prosa fluida, laivos humorísticos e pela forma cativante como o autor vai dispondo as histórias das suas personagens ao longo do livro.