A Ditadura de Salazar e a Emigração
O Estado português e os seus emigrantes em França (1957-1974)
SINOPSE
A mais velha ditadura de direita na Europa, o Portugal de Salazar, teme os efeitos da modernidade, protege o país das influências estrangeiras, resiste aos «ventos de mudança» que se levantam em África e fecha-se sobre si-mesma. A emigração, pela sua amplitude (10 por cento da população), vai converter-se num desafio para o regime. Para se manter no poder, a ditadura portuguesa organiza uma política de emigração ambígua que serve os seus interesses políticos, económicos, financeiros e militares. Impede a população de emigrar legalmente e constrange-a à clandestinidade em França. Só contornando o Estado, os emigrantes irão conquistar melhores condições de vida e assim contribuírem ativamente - contrariando uma visão elitista - para a modernização, democratização e europeização de Portugal «a partir de baixo».
CRÍTICAS DE IMPRENSA
«Notavelmente documentado, recheado de testemunhos, cruzando
habilmente as fontes, o livro de Victor Pereira ilumina todas as
questões que estão no cerne da política e das relações bilaterais ou
europeias. [...] uma obra excelente de leitura agradável e
apaixonante e de um rigor incontestável.»
Matthieu Trouvé, Histoire@Politique
DETALHES
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789896442835 |
Editor: | Temas e Debates |
Data de Lançamento: | abril de 2014 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 152 x 235 x 27 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 464 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > História > História de Portugal |
EAN: | 9789896442835 |
OPINIÃO DOS LEITORES
Recomendo
Tiago Manalvo
O movimento de Emigração observado, com maior exposição pública, durante a governação de Oliveira Salazar, criou profundas marcas na sociedade portuguesa. Este estudo de Victor Pereira faz uma análise desse movimento, suas verdadeiras causas e origem das mesmas, que consequências teve nos meios de onde partiram, e não deixa de contextualizar as razões que levaram a procura de mão-de-obra portuguesa nos países da Europa ocidental, América do norte e Brasil. Recomenda-se uma atenta leitura desta obra.
é muito interessante
Joaquim Ribeiro
é interessante saber os acontecimentos de antigamente no tempo da ditadura e a miséria e pobreza em relação aos dias de hoje é um livro muito bom
O Ditador que sempre recusou a Emigração
Cristina Silva
Adquiri recentemente este último livro sobre a Ditadura de Salazar e o "problema" da emigração, um problema que levantava grandes problemas ao regime ditatorial português. Pessoa pouca dada ao público, que raramente aparecia, em "A Ditadura de Salazar e a Emigração", podemos conhecer vários mundos, abordando, de forma direta, duas temáticas: o regime político e um "problema" social que afetava (e novamente afeta) o nosso país: a emigração. O povo português, consciente da falta de oportunidades que o mundo rural proporcionava, e cada vez mais informado da realidade internacional, sente a necessidade de procurar melhor qualidade de vida, fora dos campos, nos quais a agricultura já não corresponde às expectativas dos raianos. A solução passava pela emigração, em países demoliberais, no qual o trabalho fosse 'verdadeiramente' recompensado. O nosso ditador nunca viu, nem nunca deu importância a essa fenómeno, não só porque a dimensão não era tão grande quanto a estatisticamente representada, pois a maioria era ilegal, mas também pelo desinteresse no próprio Conselho de Ministros que abordou este problema oriundo dos anos 50, como um assunto "normal". Só no tempo de Caetano (fins de 60, princípios de 70), o problema foi tratado como tal, num conselho de Ministros Extraordinário. Salazar, na defesa do nacionalismo, sempre condicionou ao máximo a saída de pessoas para outros países, impondo sucessivas dificuldades à ação da Junta de Emigração, que não conseguia responder a todos os pedidos, apesar de ter participado ao Governo o que se passava. Salazar, em parceria com o Ministério das Finanças, afirma ao Ministério do Interior que tal não é possível "por motivos financeiros", sendo que a J.E. era um órgão com saldo bastante positivo, cerca de 110 000 escudos, se a memória não me falha. Apesar de ainda não o ter acabado de ler, recomendo vivamente o livro, pois para além de relatar, magistralmente, um problema corrente no país, pode-se também conhecer um ditador, que, ao contrário dos que haviam caído em 1945 pela Europa, não aparecia muito junto do público, das massas, preferindo resolver os assuntos no seu escritório. Um livro a ler, sem dúvida alguma!
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